Operação na Crimeia "não é nada de extraordinário", mas tem "valor"
Azeredo Lopes fez uso do jogo do Benfica contra o Boavista para exemplificar que "há dois campos".
© Ministério da Defesa
Política Ucrânia/Rússia
O antigo ministro da Defesa, Azeredo Lopes, considerou, na quinta-feira, que a “operação especial” levada a cabo pelas forças ucranianas na Crimeia “não é nada de extraordinário”, ainda que tenha ressalvado que esta ação tem “valor”.
“Se for uma operação para a comunicação social, que é, não é necessariamente mau. Aliás, recordo-me que a Ucrânia tinha dito que haveria surpresas para o Dia da Independência – já sabemos que foi esta a surpresa. Não é nada de extraordinário”, começou por dizer, em declarações à CNN Portugal.
O ex-governante foi mais longe, tendo usado o jogo do Benfica contra o Boavista para exemplificar que “há dois campos”.
“Há aqueles que foram como o meu treinador, o Petit, que querem que o jogo acabe já. E depois há aqueles que acham que o jogo deve continuar até se conseguir um empate e a vitória, e acho que estas operações têm este efeito”, apontou.
E ressalvou: “Se a operação correr como a Ucrânia gostaria, evidentemente tem de lançar operações deste tipo, que repito: não é por não terem um efeito tático que deixam de ter valor.”
De salientar que a Ucrânia reivindicou ter hasteado a bandeira nacional na Crimeia no Dia da Independência, assinalado na quinta-feira, numa operação-relâmpago de comandos que desembarcaram durante a noite na península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou que militares ucranianos iniciaram uma operação na Crimeia, em conferência de imprensa conjunta com o homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio Presidencial, em Kyiv. Ainda assim, o chefe de Estado ressalvou que "ainda é cedo para falar da recuperação da Crimeia".
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 9.444 civis desde o início da guerra e 26.384 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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