Paulo Raimundo fez esta tarde o seu primeiro discurso enquanto secretário-geral do PCP na Festa do Avante! e, lançando um balanço do último ano, afirma que "aí estão os efeitos de uma política que está ao serviço dos interesses e objetivos dos grupos económicos".
Colocando no mesmo saco PS, apoiado por PSD, CDS, CHEGA e IL, diz que se trata de um política "desenvolvida pelos protagonistas que em cada momento" agravam a exploração, "atacam serviços públicos" e promovem privatizações e especulação".
São, diz, "submissos ao euro e ao cutelo das contas certas, que não nos serve e agrava os problemas do país"
"Os sacrifícios sobram sempre para os mesmos e os lucros para um pequeno punhado", afirmou.
Prosseguindo o discurso, abordou ainda a precariedade laboral, os baixos salários, a falta de vagas em creches, a inflação, os pensionistas, o tema da habitação, a problemática no SNS, mas também na educação.
"As contas certas deles desacertam - e de que maneira - as nossas vidas e o rumo do país", disse, atacando o mote do PS, defendendo depois o "aumento geral e significativo" dos salários.
Paulo Raimundo avançou ainda que o PCP reapresentará "nos próximos dias", na Assembleia da República "propostas que terão efeito imediato na vida das pessoas". Serão estas "uma verdadeira política pública de habitação", travar as penhoras e os despejos, impor como limite máximo 0,43% de aumento para todas as rendas no próximo ano, concretizar uma moratória aos pagamentos ao banco e "enfrentar os interesses da banca".
“A única inevitabilidade é a luta”, reiterou, acrescentando que quando os trabalhadores perceberem a força que têm, “então é que isto vai mesmo, mesmo mudar”.
"Com a alegria de sempre, faça chuva ou faça sol", gracejou - num discurso marcado pela chuva - reafirmou que o PCP continuará a sua luta.
Paulo Raimundo critica NATO e União Europeia por escalada militar na Ucrânia
Nas suas declarações, houve ainda espaço para o plano externo e para atacar os Estados Unidos, a Europa e a NATO.
"Intensificam a confrontação e a exploração por todo o mundo. Aí está a verdadeira cor do capitalismo com a brutal acumulação e centralização da riqueza à custa da exploração, pobreza, desigualdade, injustiça, fome, e predação e saque dos recursos", discorreu.
Frisando a ideia que têm vindo a passar sobre a guerra, Paulo Raimundo defendeu "menos belicismo".
Veja aqui o discurso na íntegra:
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