A porta-voz do PAN, Inês Sousa de Real, juntou-se, esta quinta-feira, ao coro de críticas face às medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, António Costa, na rentrée do Partido Socialista (PS).
No caso particular da gratuitidade dos passes para os jovens até aos 23 anos, a parlamentar deu conta de que a medida "já podia estar em vigor, não fora o PS ter rejeitado a proposta do PAN".
"A maioria que Costa disse que ia ser dialogante, afinal é um monólogo! Que defraudem a propaganda do diálogo, é lá com eles! Já as respostas serem tardias, é um problema de todos!", denunciou a líder do PAN, através da rede social X (antigo Twitter).
Isto porque, a seu ver, a gratuitidade dos passes de transporte sub-23 para todas as crianças e jovens até àquela idade "já podia estar em vigor, não fora o PS ter rejeitado a proposta do PAN".
Uma medida que já podia estar em vigor, não fora o PS ter rejeitado a proposta do @Partido_PAN !
— Inês de Sousa Real (@lnes_Sousa_Real) September 7, 2023
A maioria que Costa disse que ia ser dialogante, afinal é um monólogo! Que defraudem a propaganda do diálogo, é lá com eles! Já as respostas serem tardias, é um problema de todos! https://t.co/qWrRVkPNBA
De notar que, em setembro do ano passado, o partido liderado por Inês de Sousa Real deu entrada a um pacote de iniciativas no Parlamento para tornar os transportes públicos gratuitos até 2025, pedindo, até lá, a redução para custo zero dos passes dos estudantes até aos 23 anos e das famílias de baixos rendimentos, entre outras soluções.
Saliente-se que também o deputado único do Livre, Rui Tavares, apontou que o seu partido propôs nos últimos dois orçamentos a criação de um 'cheque cultura', tendo manifestado abertura para que pudesse ser canalizado apenas para livros, a propósito do anúncio de que, a partir do próximo ano, os jovens que façam 18 anos receberão um 'cheque-livro'.
"A proposta foi chumbada pelo PS e é agora apresentada pelo primeiro-ministro. Não é a primeira vez que acontece, revela uma adesão à economia circular: reutilizar o que outros já apresentaram primeiro, é ecológico e o que é bom é de facto para roubar", ironizou.
Recorde-se que outra das medidas anunciadas prendeu-se com a devolução das propinas pagas no ensino superior público (licenciatura e, se for o caso, mestrado), à razão de uma por ano enquanto se mantiverem no mercado de trabalho em Portugal.
O primeiro-ministro do governo maioritário socialista revelou ainda que os jovens terão total isenção de IRS no primeiro ano de trabalho, só pagarão 25% do que deveriam pagar no segundo ano, metade no terceiro e quarto e 75% no quinto ano, entre outras medidas.
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