Luís Marques Mendes comentou, este domingo, o silêncio do primeiro-ministro, António Costa, durante o Conselho de Estado, órgão a que o social-democrata também faz parte, e considerou que "quem está no Conselho de Estado" tem o "dever político e institucional" de dar opinião.
"Alguém que é membro do Conselho de Estado, seja ele qual for, deve usar da palavra", começou por referir no seu habitual espaço de comentário, no Jornal da Noite, da SIC.
"Se o Conselho de Estado é um órgão de aconselhamento, então quem dele faz parte está para lá para dar a sua opinião e aconselhar."
O comentador político defendeu que "quem está no Conselho de Estado, não tem apenas o direito de dar opinião, tem o dever de dar opinião", tratando-se de um "dever político e institucional".
Sobre a "tensão" sentida entre o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, nos últimos dias, Luís Marques Mendes afirmou que a mesma "começou com o caso Galamba".
Para o antigo dirigente do PSD, "a manter-se este clima de tensão e, sobretudo com a perspetiva de poder ser agravado, será mau para o país". Neste sentido, deverá "haver uma separação de águas, entre o papel de um Presidente e o papel do Governo", não podendo haver uma "sobreposição de funções".
"Não é saudável um clima permanente de tensão, que possa vir a ser agravado. Não é saudável, não é benéfico, nem positivo. O país já tem tantos problemas - económicos, na saúde, sociais, nos impostos - e dispensa bem um problema de natureza institucional", frisou, acrescentando que "acredita" que Costa e Marcelo irão "fazer um esforço" para diminuir o clima de tensão.
Medidas de apoio aos jovens "são poucochinho"
Já sobre as medidas de apoio aos jovens, apresentadas na semana passada por António Costa, na Academia Socialista, o social-democrata afirmou que o anúncio não o "surpreende muito", porque "são poucochinho".
"São pouca coisa. São o padrão tradicional de António Costa desde que está a governar, há quase oito anos: apresentar sempre medidas pequeninas", explicou, acrescentando que o primeiro-ministro tem como objetivo "discursar" e "dar a ideia de que estão [no Governo] a fazer muita coisa".
Em causa, recorde-se, está uma promessa do Governo de devolver aos estudantes um ano de propinas pagas numa universidade pública do país, nos primeiros anos de trabalho, além de alterações às regras do IRS Jovem.
Segundo António Costa, os passes de transporte público passarão a ser gratuitos para todas as crianças e jovens até aos 23 anos e quem concluir a escolaridade obrigatória "receberá um passe que permitirá ter uma semana na rede das pousadas de juventude e quatro bilhetes de viagem na CP para conhecer a diversidade e beleza do país".
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