"Sentimos cada vez mais uma vontade de mudança, uma vontade por parte dos madeirenses de mudar o Governo Regional, que tem quase 50 anos, que tem sido incapaz de apresentar respostas para os problemas dos madeirenses, que se têm agravado", declarou o candidato socialista no decorrer de uma iniciativa da campanha eleitoral na zona do estádio dos Barreiros, no Funchal.
Sérgio Gonçalves destacou os problemas provocados pelo aumento brutal do custo de vida, os de acesso à saúde e na habitação.
O candidato percorreu hoje as ruas daquela zona do concelho, entrando em cafés e bares para falar com as pessoas, enquanto os outros elementos da campanha distribuíam material de propaganda, salientando que é "preciso mudar o governo, mudar a Madeira" e declarando que é possível "fazer melhor" do que tem sido feito ao longo de 47 anos de governação do PSD neste arquipélago.
O candidato, que é também gestor e deputado regional, frisou que, ao fim de quase 50 anos de democracia e autonomia, a Madeira tem um governo que "foi incapaz de criar oportunidades na região" que continua a ser "uma terra de emigração", recordando que 17 mil pessoas saíram do arquipélago na última década.
"E vemos, deste Governo Regional, um presidente que diz que enquanto continuar no cargo não vai baixar impostos", insistiu.
Sérgio Gonçalves defendeu ser "necessário implementar medidas", prometendo que, se o partido chegar à governação, "vai baixar impostos, reduzir o IVA e o IRS, implementar tempos máximos de resposta na saúde", porque o PS "não quer uma saúde apenas para os ricos", e construir mais habitação.
"Não queremos gastar 150 milhões de euros a prolongar a Pontinha. Nós queremos usar as verbas que estão à disposição da região -- recursos financeiros abundantes -- para resolver os problemas dos madeirenses e não apenas para melhorar a vida de alguns, que é aquilo que tem acontecido em quase 50 anos", sublinhou.
O cabeça de lista socialista madeirense insistiu ainda nas acusações ao PSD madeirense de "copiar" as medidas e propostas dos socialistas e de se "apoderar" do programa eleitoral desta candidatura.
"Até há uma semana, víamos o PSD dizer que não havia problemas e que a Madeira era praticamente o paraíso na terra e, agora, a uma semana das eleições, coloca novos cartazes na rua, copiando as medidas e as propostas do PS que, até há uma semana, no dizer de Miguel Albuquerque, não faziam qualquer sentido", disse.
Sérgio Gonçalves complementou que o PSD "tenta apoderar-se" do programa eleitoral do PS, expressando que "os madeirenses sabem que a cópia é sempre pior do que o original e quem tem as ideias e as soluções para a Madeira é o PS".
Às legislativas da Madeira de domingo concorrem 13 candidaturas, que disputam os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL.
Nas anteriores legislativas regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.
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