"Na Assembleia [Legislativa Regional] há deputados em demasia sempre prontos para dar resguardo e dar voz aos grandes negócios desta terra e às grandes negociatas, mas para defender quem trabalha, para dar voz ao povo, ou é a CDU ou não há mesmo outra voz. Então é a essa voz que importa dar força, que importa reforçar no parlamento regional", declarou Edgar Silva.
O candidato falava numa iniciativa de campanha que decorreu no Largo dos Varadouros, no centro do Funchal, perante algumas dezenas de militantes e simpatizantes.
Edgar Silva salientou que "não é do interesse dos grandes senhorios", como "os Sousas, os Trindades", que "os trabalhadores tenham mais força, mais voz" no parlamento regional.
Cabe, por isso, aos trabalhadores votar "útil" na CDU "para haver esta voz reivindicativa, da reclamação, da exigência, da denúncia", apelou.
O cabeça de lista da CDU às regionais da Madeira realçou que a região, apesar de ser "estatisticamente rica", com um PIB [Produto Interno Bruto] que continua a crescer, isso acontece "em virtude da muita exploração, em virtude da precariedade no trabalho e dos baixos salários".
"Essa riqueza criada não é sentida no concreto da vida de quem é trabalhador por conta de outrem, essa riqueza criada, em vez de estar a corresponder a melhores condições de vida para quem trabalha, [...] o que as pessoas estão a sentir é um aperto de cinto, é um sufoco, é uma vida que está a tornar-se cada vez mais azeda", reforçou.
Edgar Silva apontou que as desigualdades na Madeira têm aumentado, sustentando que "há 10 anos 5% da população mais rica tinha 56% da riqueza criada", ao passo que hoje "5% dos mais ricos passaram a dispor de 58% da riqueza criada".
"Isto é uma desigualdade escandalosamente vergonhosa, é uma injustiça social que não podemos aceitar e os trabalhadores não podem ficar indiferentes a esta situação porque esta situação de tamanha injustiça, de tamanha desigualdade, acontece à custa de facto da exploração, que é tremenda e brutal nesta terra", criticou.
As legislativas da Madeira decorrem no domingo, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.
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