Num comunicado divulgado hoje, a JP refere que nas eleições regionais de domingo, PSD e CDS-PP (que concorreram coligados) "foram a primeira preferência dos madeirenses e dos porto-santenses e, por isso, venceram".
"É verdade que não foi atingida a maioria absoluta, mas o povo madeirense foi claro: quer que a coligação PSD/CDS governe e que o faça por si, sem depender de radicais, nem de agendas que não comunguem de valores próximos", considera.
A estrutura liderada por Francisco Chamado considera que, não tendo alcançado a maioria absoluta, "era expectável que começassem conversas com outras forças políticas", mas "o que se não esperava é que o PAN entrasse nas contas".
A JP defende que "o diálogo entre forças políticas é fundamental numa democracia" e "garantir um governo estável implica muitas vezes negociações entre diferentes forças políticas", mas considera que "a estabilidade governativa, para ser efetiva e não ilusória, espera-se que seja garantida através de um chão comum de valores, partilhados pelas várias partes".
"A coberto da chamada estabilidade governativa, o PSD/Madeira permitiu-se firmar uma convergência com um partido com o qual esse chão comum é curto. O PAN ataca praticamente tudo o que o CDS-PP defende, começando nas liberdades individuais e acabando no mundo rural, no desenvolvimento da indústria pesqueira e no primeiro setor", apontam os jovens centristas.
Os jovens do CDS-PP salientam que "há valores que são imprescindíveis" e defende que "governar em minoria será preferível a violar valores fundamentais".
"A segurança de uma maioria absoluta não se deve sobrepor à identidade, nem ao programa sufragado pelos eleitores -- e o que é que pensarão disto os eleitores? A segurança de uma maioria absoluta, só por si, nunca dará estabilidade, pois não há estabilidade maior do que o rigoroso respeito pelos valores", aponta a JP.
Na nota, esta estrutura do CDS refere ainda que "a sobrevivência de um partido não está em causa quando abandona o poder, mas quando abandona os princípios que o identificam".
Em declarações à Lusa na terça-feira, o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, assinalou que o acordo de incidência parlamentar na Madeira foi fechado entre PSD e PAN, "processo [que] passou à margem" dos centristas, e disse que teria preferido um entendimento com a Iniciativa Liberal.
De acordo com os resultados oficiais provisórios, a coligação Somos Madeira (PSD/CDS-PP) venceu no domingo as eleições legislativas regionais da Madeira, com 43,13% dos votos, mas falhou por um deputado a maioria absoluta, para a qual é necessário ter 24 dos 47 lugares do parlamento do arquipélago.
A deputada eleita do PAN, Mónica Freitas anunciou na terça-feira que assinou um acordo de incidência parlamentar de quatro anos com a coligação PSD/CDS-PP na Madeira, viabilizando assim uma maioria absoluta no hemiciclo.
No domingo, depois de conhecidos os resultados, o líder do PSD/Madeira e presidente do Governo Regional desde 2015, Miguel Albuquerque, garantiu estar em condições de apresentar um governo de maioria parlamentar, mas sublinhou que o Chega - presente pela primeira vez no hemiciclo na próxima legislatura - estava excluído do acordo.
PAN e IL manifestaram-se então disponíveis para um eventual entendimento com a coligação PSD/CDS-PP.
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