No seu habitual espaço de comentário na SIC, Luís Marques Mendes comentou, este domingo, as palavras do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao chefe da missão diplomática da Palestina em Portugal. "Não foi daqueles seus momentos mais felizes, acho que o Presidente não foi mesmo feliz", afirmou.
Na ótica de Marques Mendes, "o Presidente da República não teve qualquer intenção de confundir o Hamas com o povo palestiniano, também não teve qualquer intenção de estar a legitimar qualquer exagero de Israel e também não esteve a contrariar a ideia de dois Estados e do Estado da Palestina porque há uma semana veio dizer isso a propósito das declarações de António Guterres [secretário-geral da ONU]". No entanto, "não foi feliz" ao expressar aquela ideia.
"Acontece, era preferível não ter acontecido, tenho a certeza que ele é o primeiro a pensar que se voltasse atrás, já não tinha aquele grau de informalidade que levou a estes equívocos, mas que isso não foi feliz, obviamente não foi", reiterou.
Questionado também sobre o facto de Marcelo se ter dirigido aos manifestantes pró-palestina, em Lisboa, este domingo, acabando por ser novamente criticado, o antigo dirigente do PSD defendeu que também não foi "dos melhores momentos" do chefe de Estado. "O Presidente quis ser igual a si próprio, quis ir ter com os manifestantes na lógica de proximidade que cultiva, para esclarecer, para esvaziar a polémica, mas o risco é de um efeito ao contrário", destacou.
Isto porque, segundo afincou, "no que diz respeito a esta matéria, as emoções estão muito à flor da pele e acho que quanto mais contenção, melhor".
Galamba a encerrar debate do OE? "É uma provocação ao Presidente"
Sobre o debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2024, Marques Mendes firmou que "o primeiro-ministro colocar a encerrar o ministro [das Infraestruturas] Galamba, (...) é claramente uma provocação ao Presidente da República".
"Se pusesse o ministro da Economia ou um ministro da área política, com certeza, era o normal, agora o ministro [das Infraestruturas] Galamba é claramente uma provocação ao Presidente da República. É só, só provocar o Presidente da República", expressou.
Para Marques Mendes, o debate foi "muito bom mas politicamente pobre". "Globalmente não é um país que, no plano político, tenha ambição de fazer coisas, de preparar o futuro", salientou.
Sobre o primeiro-ministro, considerou ter cometido "um erro sério" ao falar da companhia aérea TAP "quando veio dizer que o importante é garantir o 'hub' [de Lisboa], não é o preço". Segundo as palavras do chefe do Governo no debate, recordou Marques Mendes, "o valor da venda é até o critério menos importante de todos".
Na ótica do antigo dirigente do PSD, "isto não é um disparate, isto é mesmo um erro enorme". "Ele [António Costa] está a prejudicar a TAP e o país", esclareceu.
[Notícia atualizada às 22h09]
Leia Também: Palavras a embaixador da Palestina? "Disse o que Portugal e todos pensam"