O líder do Livre, Rui Tavares, afirmou, esta segunda-feira, que falou com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre as propostas de resolução que o partido entregou na Assembleia da República sobre Israel e a Palestina: uma de apoio às exigências humanitárias e outra de "passos concretos para reconhecimento da independência da Palestina".
O deputado único do Livre destacou, após reunir com Marcelo, que existem "interesses coincidentes" para "tornar impossível a independência da Palestina e a solução de dois Estados", tendo esta última sido vista "cada vez mais pela comunidade internacional" como a "única solução" para o fim da "espiral de conflito e violência".
"O senhor Presidente, evidentemente, concorda com isto", sublinhou.
Sobre o Orçamento do Estado para 2024, Rui Tavares afirmou que o partido está "num processo decisivo" sobre a sua posição na votação final.
Após uma reunião "longa, rica e produtiva" com o Presidente da República, o deputado único do Livre sublinhou que o partido propõe "três propostas essenciais" para que o "Orçamento saia melhor da Assembleia do que entrou", relacionadas com a Habitação, o alargamento do Passe Ferroviário Nacional e a Ciência, Investigação e Ensino Superior.
A posição de Marcelo surge numa altura em que está envolvido numa polémica por ter dito, na passada sexta-feira, ao chefe da missão diplomática da Palestina em Portugal que alguns palestinianos "não deviam ter começado" esta guerra com Israel e aconselhou-os a serem moderados e pacíficos.
"Desta vez foi alguém do vosso lado que começou. Não deviam", considerou o chefe de Estado português, num diálogo com Nabil Abuznaid, em inglês, durante uma visita ao Bazar Diplomático, no Centro de Congressos de Lisboa.
No fim da conversa, o chefe da missão diplomática da Palestina em Portugal manifestou-se desapontado com as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa.
Em causa está o ataque sem precedentes em território israelita levado a cabo a 7 de outubro pelo grupo islamita Hamas, classificado como terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos da América, que controla a Faixa de Gaza, e no qual matou e raptou militares e civis, incluindo crianças.
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