Ana Gomes, antiga eurodeputada, criticou este domingo a atitude da atual Procuradora-Geral da República, Lucília Gago. Na sua ótica, os esclarecimentos que prestou ao país, não foram suficientes.
"Sem dúvida que os esclarecimentos eram devidos, mas não creio que tenham sido prestados. A senhora Procuradora-Geral da República disse mesmo que não era responsável por coisa nenhuma. Eu acho que isto é todo um programa, uma filosofia. Na minha opinião, demonstrativa da completa ineptidão para aquele lugar, que exige capacidade de comunicação", afirmou no seu espaço de comentário na SIC Notícias.
Ana Gomes disse ainda não compreender, até hoje, porque não foi a Polícia Judiciária envolvida nesta investigação, e que há responsabilidade judicial nesta crise política.
"Desde logo há um problema de descrédito institucional do Ministério Público que não explica algumas questões", asseverou, acrescentando ainda problemas ao nível da política.
Ana Gomes asseverou não gostar de ver o "tipo de ataque que foi desferido [por António Costa] contra o Presidente da República". "Sobretudo nesta fase", tal resulta no "descrédito das instituições democráticas".
E Montenegro?
Por fim, Ana Gomes criticou ainda o discurso inicial de Luís Montenegro, líder do PSD, no Congresso do partido, que considerou ter começado mal, não só "pela metáfora escusada dos cristãos-novos", mas também pelos ataques despropositados" a Pedro Nuno Santos e Mariana Mortágua - que respondeu "bem".
O discurso final, ponderou, terá sido melhor, embora, "tudo esmiuçado", não dê "credibilidade".
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