Propostas do PSD? "Uma enorme cambalhota política"
Quem o diz é o constitucionalista Vital Moreira, criticando as medidas anunciadas pelo PSD no seu 41.º Congresso.
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Política Pensões
O constitucionalista Vital Moreira criticou, esta segunda-feira, "a vertigem das promessas eleitorais", com o PSD a colocar-se "claramente à frente no seu recente Congresso", que decorreu no passado fim de semana.
"Prometendo tudo a toda a gente e conseguindo o prodígio de ir simultaneamente ao encontro da IL, com a promessa de substancial redução de impostos (IRS, IRC e o mais que vier), e ultrapassando o PS pela esquerda, fazendo suas propostas do PCP e do Bloco, como o aumento substancial das pensões e reposição do tempo de serviço aos professores", ironizou o antigo eurodeputado socialista, no blogue Causa Nossa.
Mais, Vital Moreira ainda apresentou a sua crítica num formato matemático: "PSD = IL+PCP/BE. É obra, este casamento de contrários!"
"Mas é evidente que - a não ser que estas promessas escondam um programa paralelo de corte a sério noutras despesas públicas essenciais do Estado social, como o SNS ou a escola pública - conjugar um grande aumento da despesa corrente com uma substancial redução da receita fiscal só pode dar no regresso ao défice orçamental e ao aumento da dívida pública (e ao agravamento do seu custo)", explicou Vital Moreira.
Um desfecho que contraria "todo o historial doutrinário do PSD quanto à contenção da despesa pública e ao equilíbrio das contas públicas". Resultado? "Uma enorme cambalhota política".
Para Vital Moreira, "nada disto tem suficiente credibilidade, não somente por ir contra o ADN do partido quanto à contenção da despesa pública, mas também porque o PSD sabe que, mesmo que ganhe as eleições, não terá condições para governar sozinho, tendo de aliar-se à sua direita, nomeadamente à IL".
Por isso, e "sendo conhecido o fundamentalismo deste partido sobre a redução da carga fiscal e consequente diminuição da despesa pública", a possibilidade dar luz verde a um aumento substancial da despesa social é "igual a zero".
"Ou seja, o PSD coopta as referidas propostas 'à esquerda', sabendo antecipadamente que não vai executá-las, graças ao veto político do parceiro de coligação. Um perfeito exercício político de 'reserva mental'", concluiu.
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