Luís Marques Mendes defendeu, este domingo, a propósito do caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria, que "o filho do Presidente meteu uma cunha, mas o Presidente não".
Na ótica do conselheiro de Estado, Nuno Rebelo de Sousa "escreveu ao pai a pedir uma cunha" e "isso é inaceitável".
"Acho que o filho do Presidente agiu com alguma imaturidade de uma forma inacreditável. Sendo filho do Presidente [da República], devia se ter abstido para não comprometer a imagem do Presidente", defendeu, no seu espaço de comentário no Jornal da Noite da SIC.
Marques Mendes criticou, também, o silêncio do então diretor clínico do Hospital Santa Maria. "Ainda não disse uma palavra sobre isto, e ele sabe tudo. Este silêncio aqui não se compreende", sublinhou.
Já Marcelo Rebelo de Sousa, "mesmo não tendo arquivado" o email do filho", o que fez foi enviar "esta documentação para o Governo, como manda toda a outra documentação de pedidos que chegam a Belém".
"Nem discriminou, nem privilegiou ninguém", rematou. "Perante os factos, o Presidente da República não meteu cunha nenhuma no sentido em que não pediu nenhum tratamento de favor."
Apesar de defender o chefe de Estado, Luís Marques Mendes acredita que a percepção pública sobre o caso é diferente e diz mesmo que a situação "desgasta" e "fragiliza" a imagem de Marcelo.
"Isto desgasta o Presidente, fragiliza
"O Presidente da República deve estar acima de toda a suspeita", considerou o comentador. "Isto de certa forma é injusto para o Presidente da República, que eu conheço há 30 anos. Ele tem duas qualidades, que são duas qualidades pessoais muito saudáveis: uma é a generosidade e outra é a integridade."
"Há uma certa sensação de injustiça, mas a política é assim às vezes", concluiu.
[Notícia atualizada às 21h44]
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