"Se PS não quer ser acusado de opções erradas, tem de mudar de política"
O secretário-geral comunista avisou hoje que, se o PS não quer ser comparado com a direita, só tem de "mudar de política" e pediu que não se conte com o PCP para "limpar responsabilidades".
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Política PCP
Paulo Raimundo reagia a uma afirmação do primeiro-ministro no debate preparatório do Conselho Europeu, na Assembleia da República, em que Costa defendeu que é "um grande erro" o PCP equiparar o PS à direita, considerando que, quanto mais vezes o fizer, "menos portugueses compreenderão o PCP".
Em declarações aos jornalistas à frente da Universidade de Lisboa, Paulo Raimundo respondeu a estas declarações salientando que o PCP não tem "nenhum gosto em acusar o PS de fazer a política de direita".
"Infelizmente, é assim e, portanto, talvez essa afirmação deva servir de 'boomerang', porque o PS não é obrigado a fazer a política que faz. Ninguém o obrigou a fazer a política de direita", referiu.
Paulo Raimundo apelou a que não se peça ao PCP para "deixar de denunciar as opções erradas, que apertam a vida de cada um e permitem que os grupos económicos tenham 25 milhões de euros de lucros por dia".
"Isto é resultado também das opções do PS. A única forma de isso deixar de acontecer é o PS, que teve tudo na mão, fazer uma política de esquerda, coisa que não tem feito", afirmou.
Questionado se atribui as declarações de António Costa ao clima de pré-campanha, o líder do PCP respondeu que isso "é claro" e que "está tudo em campanha".
"Eu sei que procuram todas as oportunidades para se sacudir responsabilidades, para se dizer: 'agora é que vai ser' Mas nós, com toda a frontalidade, dizemos: não contem com o PCP para limpar para responsabilidades, nem para limpar a imagem de ninguém", disse.
Paulo Raimundo referiu que as opções feitas pelo PS nos últimos dois anos de maioria absoluta "são visíveis": "falta de recursos do SNS, falta de profissionais, falta de medidas concretas para ir buscar à banca e aos seus 12 milhões de euros de lucros por dia para baixar as prestações e as taxas de juro".
O secretário-geral do PCP disse perceber a vontade "de sacudir para os outros, empurrar com a barriga" e "fazer promessas atrás de promessas", mas acrescentou que "a realidade, como sempre, impõe-se".
"Portanto, se o PS não quer que nós os acusemos das políticas e opções erradas que tomam, com consequências na vida das pessoas, só tem uma coisa a fazer: mudar de política", reforçou.
No debate preparatório do Conselho Europeu, António Costa foi acusado pela líder parlamentar do PCP, Paula Santos, de ter usado a maioria absoluta não para resolver os problemas do país, mas para salvaguardar interesses dos grupos económicos.
"Devia refletir um pouco e constatar que quantos mais vezes disser que o PS é igual ao PSD, IL e Chega menos os portugueses acreditam no PCP", aconselhou Costa, considerando que os portugueses "têm bem clara a profunda diferença entre o PS e a direita".
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