COP28: Livre considera que acordo "não impõe a ação necessária"

O Livre considerou hoje que o acordo alcançado na 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28) esta semana "não impõe a ação necessária" apesar de reconhecer a realidade da emergência climática.

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© Reinaldo Rodrigues

Lusa
14/12/2023 20:11 ‧ 14/12/2023 por Lusa

Política

COP28

Em comunicado, o Livre escreve que a COP28, que decorreu entre 30 de novembro e 12 de dezembro nos Emirados Árabes Unidos, "emitiu uma declaração final que reconhece, finalmente, o imperativo da rápida transição energética das energias fósseis para as renováveis" e reitera a importância do objetivo definido em Paris em 2015 de manter a temperatura média da terra no limite de um grau e meio acima dos valores pré-industriais, saudando este reconhecimento.

No entanto, o partido representado no parlamento pelo deputado único, Rui Tavares, considera que o acordo "não impõe a ação necessária".

"A conferência desapontou pela incapacidade das partes em chegar a um acordo mais ambicioso sobre reduções obrigatórias nas emissões de carbono e de outros gases com efeitos de estufa, assim como na escassez de meios para apoiar os países mais vulneráveis a mitigar os seus efeitos e na partilha de tecnologia para participarem nessa transição", lê-se no comunicado.

Para o Livre, com esta declaração, "o conjunto dos países do mundo reconhece a seriedade do problema, mas falha na procura de um acordo global para a sua solução".

O partido considera fundamental que Portugal "produza uma revisão ambiciosa do Plano Nacional de Energia e Clima, apresentando novas metas de redução de emissões onde elas são mais atingíveis, como na redução do uso de transportes privados motorizados e na promoção intensa do transporte público, sobretudo ferrovia, e da mobilidade suave, ou não motorizada".

"O Livre apela também à União Europeia que adote um papel mais claro de liderança nesta matéria, construindo propostas unilaterais e voluntárias com metas de redução acrescida nos combustíveis fósseis, e oferecendo assistência financeira e tecnológica significativa aos países mais vulneráveis", é defendido no texto.

Os países reunidos na cimeira do clima aprovaram esta quarta-feira "por consenso" uma decisão que apela a uma "transição" no sentido de abandonar os combustíveis fósseis, anunciou o presidente da COP28, considerando trata-se de uma "decisão histórica para acelerar a ação climática".

A COP28 acordou em iniciar uma transição para o abandono dos combustíveis fósseis, após duas semanas de intensas negociações em que cerca de 200 países debateram a forma de enfrentar coletivamente a crise climática.

Os países representados na COP28 adotaram na quarta-feira o "Global Stocktake", o acordo com o qual pretendem reforçar a ação climática para conter o aumento da temperatura a não mais de um grau e meio acima dos níveis pré-industriais.

O acordo, aprovado por consenso em plenário, apela aos Estados para que iniciem uma transição para longe dos combustíveis fósseis, "de forma ordenada e equitativa, acelerando a ação nesta década crítica, visando atingir o objetivo de zero emissões líquidas até 2050, de acordo com a ciência".

Leia Também: Acordo da COP28 é "passo decisivo" para acelerar transição energética

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