António Costa fez, esta terça-feira, uma "grande saudação ao novo secretário-geral" do Partido Socialista (PS) e desejou a Pedro Nuno Santos "as maiores felicidades, os maiores sucessos" no cargo.
Para António Costa, no papel de antecessor na liderança do PS, "é uma grande honra ser o último da terceira geração a passar o testemunho ao primeiro da quarta geração do partido socialista", frisou, em declarações durante o Jantar de Natal do grupo parlamentar do partido.
"Um partido que celebra 50 anos, celebra 50 anos de continuidade. Continuidade daquilo que é perene, mas também ajustado aos desafios do tempo presente. Essa foi uma grande marca do Partido Socialista. (...) Foi assim, é assim e vai continuar a ser assim", salientou ainda.
Dirigindo-se a Pedro Nuno Santos, António Costa afirmou: "Tenho a certeza, tal como aconteceu nos últimos 50 anos, todo o partido está unido, mobilizado, empenhado para irmos para a luta e vencermos as próximas eleições do dia 10 de março".
António Costa aproveitou a ocasião para saudar ainda aqueles com quem trabalhou "mais proximamente nos últimos oito anos", como Eduardo Ferro Rodrigues e Augusto Santos Silva - antigo e atual presidentes da Assembleia da República (AR), respetivamente - "que, na segunda figura do Estado, honraram e prestigiaram o PS e a democracia portuguesa".
"Queria dar uma palavra em particular a Augusto Santos Silva que dirigiu a AR num contexto muito difícil, que é um contexto em que a extrema-direita deixa de ter uma só voz e passa a ter um grupo parlamentar", destacou.
Segundo António Costa, "o que tem acontecido na AR e que, aliás, tem acontecido em toda a Europa onde a extrema-direita se fortalece, é que não é a força da extrema-direita em si, mas a capacidade de contágio que a extrema-direita tem relativamente aos seus vizinhos da direita radical e democrática, que se vão deixando contaminar".
E continuou: "E não se contaminam porque passam a adotar o programa da extrema-direita, são contaminados naquilo que é mais perigoso para a democracia. Deixam-se contaminar num estilo, no vocabulário, na forma de estar na política e degradam a política. E ao degradar a política, degradam a democracia".
"Podem criar instabilidade na vida política, podem criar instabilidade na Assembleia da República, podem-nos derrubar pela segunda vez, mas há uma coisa que os portugueses sabem: é quem garante e garantiu estabilidade no dia-a-dia da sua vida, foi mesmo o PS. E é com o PS, e só com o PS, que podem contar para terem estabilidade na sua vida", declarou Costa.
Recorde-se que Pedro Nuno Santos foi eleito secretário-geral do PS, com 24.080 votos, correspondentes a 62%, nas eleições diretas realizadas entre sexta-feira e sábado.
José Luís Carneiro foi o segundo mais votado, com 14.868 votos, correspondentes a 36%, e Daniel Adrião ficou em terceiro lugar, com 382 votos, 1%, anunciou o presidente da Comissão Organizadora do Congresso (COC) do PS, Pedro do Carmo, na sede nacional deste partido, em Lisboa.
A candidatura de Pedro Nuno Santos elegeu também a maioria dos delegados ao Congresso do PS, 909, seguindo-se a de José Luís Carneiro, que elegeu 407, enquanto a de Daniel Adrião elegeu cinco delegados, de acordo com o presidente da COC, que referiu que estes são resultados provisórios.
[Notícia atualizada às 22h03]
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