"Populista", "rude" e "radical". Jornal espanhol compara PNS a Sánchez
Artigo realça que a "guinada" dada dentro do PS pode evitar a desmobilização do eleitorado mais à Esquerda mas "corre o risco de desmobilizar o seu eleitorado mais moderado". E elogia a postura "conciliadora" que António Costa teve ao longo da sua governação.
© Horacio Villalobos / Getty Images
Política PS
O jornal espanhol El Debate compara, esta quinta-feira, Pedro Nuno Santos (PNS) ao primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, salientando que "o novo líder dos socialistas portugueses deixa para trás o perfil conciliador e pragmático do seu antecessor António Costa e rende-se inequivocamente às propostas mais populistas do socialismo radical".
O artigo, assinado por Miguel Pérez Pichel, recorda os elogios feitos ao longo dos anos ao primeiro-ministro demissionário.
"Em contraste com o socialismo populista e os vícios autoritários aplicados por Pedro Sánchez em Espanha, António Costa foi considerado um 'bom socialista' que pensava mais no bem comum dos portugueses do que nos interesses eleitorais do partido socialista português", escreve o jornalista, lembrando que o também antigo secretário-geral do PS sempre foi "elogiado pela sua falta de sectarismo, pelo seu pragmatismo e pela sua política fiscal liberal que impulsionou a economia portuguesa".
Contudo, o "terramoto" da sua demissão, "juntamente com as sondagens que mostram um forte impulso à Direita, os socialistas portugueses decidiram dar uma guinada", realça o jornalista espanhol.
"Atiraram-se para os braços do socialismo rude e populista que, à imagem do que foi posto em prática em Espanha por Sánchez, é defendido pelo radical Pedro Nuno Santos", atira Miguel Pérez Pichel, acrescentando que a decisão do PS de eleger um "essencialista de Esquerda" para evitar a desmobilização do eleitorado mais à Esquerda "corre o risco de desmobilizar o seu eleitorado mais moderado".
Recorde-se que Pedro Nuno Santos foi eleito secretário-geral do PS com 24.080 votos, correspondentes a 62%, nas eleições diretas realizadas este mês. José Luís Carneiro foi o segundo mais votado, com 14.868 votos, correspondentes a 36%, e Daniel Adrião ficou em terceiro lugar, com 382 votos, 1%.
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