Santos Silva diz que "adversário é AD" e que Marcelo "não é alvo"
O militante do PS e presidente do parlamento Augusto Santos Silva defendeu hoje que o Presidente da República "não é alvo" dos socialistas na campanha para as legislativas, afirmando que o "adversário é a Aliança Democrática".
© Reuters
Política PS/Congresso
Em declarações aos jornalistas na Feira Internacional de Lisboa (FIL), onde decorre o 24.º Congresso Nacional do PS, Santos Silva foi questionado se o Presidente da República "passou a ser um alvo" dos socialistas, tendo em conta as declarações feitas hoje pelo presidente do partido, Carlos César, que acusou Marcelo de não ter feito o que devia após a demissão de António Costa.
"Não, nem alvo, nem objeto. O Presidente da República situa-se num plano não partidário, é a instituição, o Presidente de todos nós", respondeu Augusto Santos Silva.
Questionado se não têm sido manifestadas divergências com o Presidente da República no Congresso, Santos Silva afirmou que se têm manifestado divergências com a "decisão de dissolução do parlamento, que precipitou o país numa crise política" e que, na ótica dos socialistas, era desnecessária.
Já interrogado se acha que haverá a tentação, por parte do PS, de criticar essa decisão durante a campanha, Santos Silva respondeu: "O adversário do PS é a Aliança Democrática (AD), e o adversário da AD é o PS".
"Estamos numa campanha para decidir a composição do próximo Governo de Portugal e toda a gente sabe que só há duas possibilidades: ou um Governo liderado pelo PS ou pelo PSD", disse.
Santos Silva considerou que a decisão do Presidente da República de dissolver o parlamento "são águas passadas", e os socialistas tiveram a oportunidade de dizer, "nós órgãos próprios", qual era a sua opinião sobre o assunto.
"O Conselho de Estado não foi favorável à dissolução. O Presidente da República entendeu a decisão que lhe pareceu melhor, com toda a legitimidade. É uma decisão com que não concordamos, mas agora isso é um tempo passado", disse.
Para Santos Silva, "o que é facto é que há eleições que estão marcadas para o dia 10 de março", às quais "vão concorrer várias forças políticas".
"Do nosso ponto de vista, a estabilidade, a governabilidade do país, o progresso social em Portugal recomendam fortemente uma vitória robusta do PS", disse.
Interrogado se acha que António Costa pode agora estar mais disponível para se candidatar às eleições presidenciais, Santos Silva respondeu: "O doutor António Costa está neste momento, para todos os efeitos práticos, com todos os seus direitos suspensos" até à conclusão do inquérito judicial.
"Até esse inquérito ser concluído, não é possível responder a qualquer pergunta sobre o futuro político de António Costa. A minha convicção muito firme é que António Costa vai ser ilibado, porque nada fez de criticável", disse.
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