A ex-deputada do CDS-PP Cecília Meireles considerou, esta segunda-feira, que a Convenção da Aliança Democrática (AD), que decorreu este fim de semana mostrou aos portugueses que era possível Portugal ser um "país diferente".
"O que mudou esta convenção da AD foi o facto de muitos portugueses terem percebido que era possível mudar e que era possível ter um país diferente. Acho que foi isso que marcou a convenção da AD", considerou, no programa ‘Linhas Vermelhas’, emitido pela SIC Notícias.
A posição surgiu depois de ter sido questionada no âmbito das críticas do líder do Chega, André Ventura, que disse que a coligação admitiria viabilizar um eventual Governo minoritário do Partido Socialista com uma maioria de Direita no Parlamento. "A AD não viabilizará um Governo de Esquerda, em primeiro lugar, porque vencerá as eleições e, em segundo lugar, porque a normalidade desapareceu", clarificou o líder centrista, em comunicado.
Pressionada sobre se não houve alguma ingenuidade neste campo, Cecília Meireles foi assertiva: "Não. Acho que por parte de André Ventura houve uma enorme vontade de ler nas palavras de Nuno Melo uma coisa que não estava lá. É uma vontade um bocadinho interesseira"
Recordando que o Chega já disse que vai apresentar uma moção de rejeição a um eventual Governo da Aliança Democrática, atirou: "Isso sim, é um tiro no pé".
"Eu percebo o Chega. Porque o Chega quer tudo menos que se discutam as suas propostas, quer tudo menos que alguém continue a dizer que está à espera de ver o tal cenário macroeconómico que disse: ‘Daqui a uns dias vou apresentar’. Já passaram uns dias e não vejo cenário nenhum. E suspeito que não vou ver nenhum credível porque não é possível", considerou, exemplificando: "Como o ouvi anunciar uma coisa chamada imposto para as gasolineiras, que eu imagino que seja para as petrolíferas, porque gasolineiras são uma coisa diferente".
Meireles apontou ainda que "agrada mais ao líder do Chega comentar esta pequena intriga política do que ser confrontando com isso. Mas acho que chegou a altura de parar de lhe fazer o frete e começar a chegar a confrontá-lo com isto".
Já quanto às propostas e cenário macroeconómico previsto pela AD, a centrista referiu que "era notório que este estava a ser preparado". "Vim desta convenção com absoluta noção de que havia propostas pensadas e preparadas", afirmou, contestando as críticas que tinham vindo a ser feitas à Aliança, por uma eventual falta de propostas.
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