Paulo Rangel, vice-presidente do PSD, recusou, este domingo, as críticas apontadas ao partido em torno da situação vivida na Madeira, nomeadamente no que diz respeito a Luís Montenegro. Segundo Rangel, "a autonomia regional tinha de ser respeitada e foi respeitada" no que diz respeito às "consequências políticas" da crise vivida na região.
Em declarações aos jornalistas à margem do XIII Congresso do Livre, onde marcou presença, o social-democrata começou por ser confrontado com as críticas que têm sido apontadas ao presidente do PSD, nomeadamente no que diz respeito ao silêncio sobre a situação vivida na Madeira.
"Isso não é verdade, o presidente do PSD falou na quarta-feira, na quinta-feira", começou por referir.
"Aquilo que aqui é preciso perceber, e é muito importante perceber, é que a autonomia regional tinha de ser respeitada e foi respeitada", defendeu. "O PSD não deixou de transmitir as suas posições, mas tinha de ser o PSD/Madeira e a sua liderança a tomar as decisões", reforçou.
Segundo Paulo Rangel, este respeito pela autonomia regional "obrigou a que as decisões só fossem tomadas no tempo próprio e no espaço próprio" e, por isso, na segunda-feira realiza-se um Conselho Regional do PS/Madeira "justamente para substituir a sua liderança".
"As consequências politicas, os desenvolvimentos políticos a que se referiu o Dr. Montenegro tiveram lugar, obviamente, só podiam ter lugar por iniciativa do PSD regional", reiterou, referindo que "o presidente do partido não falou porque tudo o que havia a dizer está dito e eloquentemente simbolizado pela cessação de funções do presidente do Governo Regional que se disponibilizou para ser substituído".
Neste sentido, garantiu aos madeirenses "que o projeto político" PSD/CDS-PP "é válido, como foi", e "é o significado de uma governação feita em prol dos madeirenses".
Interrogado sobre uma possível rutura no 'jardinismo', o vice-presidente do PSD defendeu que "cada tempo tem os seus protagonistas e cada tempo também tem as sua opções políticas" e reforçou: "Tem de ser o PSD/Madeira a fazer, amanhã, as suas próprias opções e, naturalmente, em função delas, também depois a anunciá-las", disse, frisando que é necessário "deixar os órgãos regionais fazerem o seu trabalho".
"Têm de ser as estruturas das regiões autónomas a tomar as suas próprias decisões, como alias aconteceu", completou.
Recorde-se que no âmbito de uma investigação, que levou à detenção de Pedro Calado, então presidente da Câmara do Funchal, e de dois gestores, o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque (PSD), foi constituído arguido, tendo renunciado ao cargo na sexta-feira.
Em causa estão suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de Direito, entre outros crimes.
Na segunda-feira, o PSD/Madeira vai reunir o Conselho Regional para escolher o nome de uma personalidade para liderar o executivo, de coligação PSD/CDS, com o apoio parlamentar da deputada única do PAN, o que garante maioria absoluta ao Governo Regional na Assembleia Legislativa.
[Notícia atualizada às 15h06]
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