PSD acusa Governo de desrespeitar agricultores "até ao último minuto"
O presidente do PSD, Luís Montenegro, manifestou hoje solidariedade com os agricultores portugueses e acusou o Governo socialista de desrespeitar este setor "até ao último minuto do seu mandato".
© Lusa
Política Agricultores
"Na AD (Aliança Democrática, que integra PSD, CDS-PP e PPM) compreendemos as razões de protesto e a sua frustração. Este Governo socialista desrespeita os agricultores até ao último minuto do seu mandato", sublinhou o social-democrata, numa mensagem de vídeo.
Os agricultores portugueses manifestam-se a partir das 06h00 de quinta-feira com máquinas agrícolas nas estradas de várias zonas do país, reclamando "condições justas" e a "valorização da atividade", foi hoje anunciado.
Luís Montenegro considerou imoral que o Governo tenha decidido dar apoios e depois feito um corte de 35%.
O líder do PSD defendeu ainda que a agricultura é essencial para a criação de riqueza, mais coesão social e territorial e mais autonomia alimentar.
"A agricultura precisa de respeito e de proximidade e é isso que faremos (...) estando ao lado dos agricultores de Portugal", frisou ainda, em alusão às eleições legislativas de 10 de março.
Este governo socialista desrespeita os agricultores até ao último minuto do seu mandato. O corte de 35% nos apoios anunciados é imoral. Hoje, é claro para todos que com o PS a palavra dada não é palavra honrada. No dia 10 de Março vamos dar a volta a isto. #JaNaodaParaContinuar pic.twitter.com/cFf2XO2t7Q
— Luís Montenegro (@LMontenegroPSD) February 1, 2024
O Governo anunciou um pacote de apoio ao rendimento dos agricultores no valor de quase 500 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar a Política Agrícola Comum.
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) avançou hoje ao início da tarde que o Governo preparava para reverter os cortes previstos para os agricultores, no âmbito do Plano Estratégico da PAC (PEPAC).
No caso da agricultura biológica os cortes podem ascender a 35%.
"O Conselho foi unânime em considerar que isso seria absolutamente inaceitável e que demonstra uma falta de respeito e desarticulação do Ministério da Agricultura [...]", afirmou o presidente da CAP, Álvaro Mendonça e Moura, após a reunião do Conselho de Presidentes da confederação.
A CAP disse ter estado em negociações com o Governo para reverter estas medidas, anunciando agora que "foi possível obter um acordo com o Governo no sentido de que esses cortes não terão efeito".
Os protestos de agricultores na Polónia em 2023, contra a liberalização das importações da Ucrânia, estenderam-se a outros países da Europa de Leste e à Alemanha, após o anúncio, em dezembro, de uma redução nas subvenções e a eliminação de benefícios fiscais sobre o gasóleo agrícola.
Em França, os protestos multiplicaram-se desde o outono por todo o país - contra a 'transição verde' e a política agrícola europeia e reivindicando melhor remuneração para os seus produtos, menos burocracia e proteção contra as importações - e chegaram à Bélgica.
Com a contestação a alastrar pela Europa, alcançando Espanha, Grécia e, mais recentemente, Portugal, a Comissão Europeia lançou um "diálogo estratégico" sobre o futuro da agricultura, em contagem decrescente para as eleições europeias (6 a 9 de junho).
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