"Não temos ilusões, nenhuma sondagem nos vai dar a crescer. Já foi assim na Madeira e nos Açores. A verdade é que na Madeira e nos Açores a CDU cresceu; de forma mais expressiva na Madeira, em que quase dobrou a percentagem e ficou muito perto do segundo deputado, e nos Açores ficou a 85 votos do seu primeiro deputado", disse, acrescentando: "Entretenham-se com as sondagens que nós nos entretemos com o contacto e a mobilização do eleitorado".
Num discurso perante cerca de 300 pessoas no pavilhão multiúsos de Benavila, concelho de Avis, o líder comunista defendeu que as eleições de 10 de março são "uma oportunidade que não pode ser desperdiçada para alterar a correlação de forças na Assembleia da República" e que a CDU é a melhor solução para "um voto de protesto".
"Nós sabemos que será o povo e só o povo que vai decidir o rumo no próximo dia 10 de março. Eles sabem que a CDU - em cada esquina, em cada empresa, em cada aldeia -, está a construir por baixo todos os dias o resultado que nos querem roubar. A CDU vai crescer. Vamos ter melhores condições a partir de 11 de março, vamos ter mais força para travar a direita e vamos ter mais força para levar o PS às soluções que são necessárias", vincou.
Paulo Raimundo insurgiu-se também contra as "lágrimas de crocodilo" de outros partidos pela desertificação e o défice demográfico no interior do país.
"É preciso castigar nas urnas. É preciso confiar o voto de cada um naqueles que dizem o que fazem e que fazem o que dizem, ou seja, nos candidatos da CDU. É preciso acabar com a 'pescadinha de rabo na boca' e investir nos serviços para atrair a população", salientou, sem deixar de visar a política de "contas certas", ao notar que se traduzem na falta de investimento nos serviços públicos.
Num dia em que se assinalam dois anos desde o início da guerra na Ucrânia, o secretário-geral do PCP não passou ao lado do tema e reiterou a posição do partido, ao defender que "é o dia de afirmar o caminho da paz".
"A guerra não é a saída na Ucrânia nem na Palestina. Exige negociações e uma solução política, como toda a história demonstra. A razão está em quem apela ao fim da guerra. Os perigos que se colocam com esta escalada são demasiados e assustadores", frisou, resumindo: "Aqui na CDU, por maior que seja a chantagem, a pressão e a mentira, não nos vão desviar de exigir a construção da paz e de, em todos os momentos, dizer não à guerra".
Antes de se despedir de Benavila para rumar à segunda ação de campanha, esta tarde, junto às obras do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora, Paulo Raimundo lembrou os eleitores presentes no almoço do voto no dia 10 de março: "Há lá o quadrado com a foice e o martelo com o girassol ao lado. É nele que devem depositar o vosso voto, na CDU".
[Notícia atualizada às 17h04]
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