"Esta é mais uma grande demonstração de força. Começámos a campanha com um grandioso comício no Porto e hoje estão as ruas cheias em Lisboa. Tenho dito que a CDU está a crescer, está a alargar. Dúvidas houvesse, está aqui a demonstração clara disso", afirmou Paulo Raimundo, à frente da arruada com destino ao Rossio, onde decorre o comício de hoje e marcam presença os antigos líderes comunistas Jerónimo de Sousa e Carlos Carvalhas.
Em declarações aos jornalistas, Raimundo rejeitou que a presença dos anteriores secretários-gerais seja uma resposta aos outros partidos que já levaram os seus antigos líderes até à campanha, como a AD ou o PS, mas frisou ter "muito orgulho" em contar com os seus antecessores na liderança comunista.
"O que os outros partidos não trouxeram foram as soluções para o país. Nós estamos a trazer tudo isso para a campanha. Contamos com todos e fico com muito gosto que os meus camaradas Jerónimo de Sousa e Carlos Carvalhas estejam hoje aqui. Mas têm estado pelo país fora a fazer campanha, não têm é estado a acompanhar o secretário-geral até agora. Vão estar aí hoje e é com muito orgulho que os recebo na campanha", declarou.
Sobre a sondagem que foi hoje divulgada e que aponta para um crescimento da CDU - colocando-a como quinta força política, à frente da IL, do PAN e do Livre - Paulo Raimundo manteve a ideia de que "as sondagens condicionam muito e acertam pouco", mas deixou uma crítica ao presidente da IL, Rui Rocha, que descredibilizou esse estudo de opinião e questionou o PS se queria fazer uma aliança com um "partido que é contra a NATO".
"Sabe qual é o problema desses dirigentes? É que gostam de comentar as sondagens que são positivas e depois ficam à rasca com as sondagens que são negativas. Como tenho a vantagem de não comentar as sondagens -- nem as boas, nem as más -- não passo por essas vergonhas", atirou.
Num desfile onde contou também com a presença dos candidatos a deputados António Filipe (PCP) ou Mariana Silva (PEV), Paulo Raimundo recebeu ainda um cumprimento da ex-secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha. Pouco atrás do líder comunista seguia também o novo líder da organização intersindical, Tiago Oliveira, num percurso que foi ainda acompanhado por alguns seguranças a controlar a área em torno da liderança da marcha.
Paulo Raimundo enfatizou os "largos milhares" na baixa lisboeta e reiterou que a CDU "está com vida e com as ganas todas", mostrando-se confiante na atração dos muitos eleitores que permanecem indecisos a uma semana das eleições.
E, confrontado com a presença do primeiro-ministro, António Costa, na campanha do PS e um eventual impacto no voto útil que possa afetar os comunistas, o secretário-geral do PCP descartou uma repetição das últimas eleições.
"Essa conversa do voto útil já não cola. Colou há dois anos, sabemos da forma que colou, mas já não cola, porque as pessoas já perceberam que a vida só avança com a força e os deputados que a CDU tiver. Quem caiu uma vez em 2022, já não volta a cair nessa escorregadela", concluiu, antes de chegar ao Rossio para a última ação de campanha de hoje.
[Notícia atualizada às 18h11]
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