No nono dia de campanha para as eleições legislativas de dia 10, que foi dedicado às empresas, Rui Rocha abordou novamente o tema do sistema eleitoral, depois de o presidente do PSD, Luís Montenegro, ter defendido hoje a inclusão na Constituição de uma norma que permita abrir a representação não apenas em função da população, mas também em função do território, afirmando que irá apresentar um projeto de revisão constitucional com esse fim.
Esta posição do PSD levou o dirigente liberal a salientar, no final de um almoço com empresários, em Leiria, que quando se coloca a questão no domínio constitucional está "a atrasar-se ou mesmo a inviabilizar a solução do problema".
"Quando estamos a discutir em termos constitucionais, isso implica que seja aprovado por uma maioria mais ampla e, portanto, a consequência é aquela que temos visto, é aquela que tem levado que durante os últimos 30 anos o problema esteja reconhecido, tenha estado já no programa eleitoral de diversos partidos, mas nunca tenha encontrado uma solução", sublinhou.
Como é preciso uma maioria qualificada para alterar a Constituição, o resultado final desta proposta do PSD "é que tudo continue na mesma", insistiu.
Segundo Rui Rocha, Portugal "não tem tempo para que continue tudo na mesma".
Portanto, acrescentou: "A maneira de resolver as coisas é aquela que a Iniciativa Liberal propõe que é a criação de um círculo de compensação que não tem necessidade de ser inscrito na Constituição, pode ser decidido no Parlamento. Isso é forma de fazer as coisas".
O presidente da IL reafirmou, tal como já o havia defendido durante esta campanha eleitoral, que a criação de um círculo de compensação é "o mais desejável e viável", ao invés da proposta do PSD que o que quer é "arrastar o problema" mais uns anos.
Já sobre a medida poder abrir portas a uma maior diversidade no parlamento, o dirigente liberal considerou que "isso é uma coisa boa".
"Nós estamos a acabar de sair de uma situação de maioria absoluta que desabou e, portanto, é o momento certo para nós dizermos sim a mais diversidade no parlamento", vincou.
Rui Rocha voltou ainda a criticar o voto útil que só é discussão porque PS e PSD "nunca quiserem resolver o problema" do sistema eleitoral, nem aumentar a representação dos portugueses.
O voto útil "beneficia o infrator, paralisa as soluções e impede as escolhas", sublinhou.
Leia Também: Rui Rocha descredibiliza sondagem que dá BE e CDU à frente da IL