"Enquanto nós não conseguirmos ter os professores que nós precisamos, nós vamos incentivar que quem já se aposentou possa ainda dar aulas para tentarmos dar resposta às necessidades que a nossa escola tem hoje em matéria de professores", anunciou Pedro Nuno Santos.
O líder do PS discursava perante uma sala cheia no Pavilhão dos Olivais, em Coimbra, com várias pessoas a assistirem de pé aos discursos, entre as mesas onde vários simpatizantes estão agora a jantar. Segundo o PS, houve 1.400 inscrições para o comício.
Neste discurso, Pedro Nuno Santos defendeu que a Educação deve continuar a ser "uma paixão renovada para o PS", considerando que é aí que se joga a "igualdade entre homens e mulheres, entre portugueses".
"Começa também em quem se dedica à carreira docente, e nós queremos valorizar, dignificar, respeitar quem dedica a sua vida a ensinar os outros. É para nós fundamental termos professores que se sintam motivados, respeitados em Portugal", salientou.
Para o líder do PS, "é assim em qualquer profissão: nós fazemos melhor o nosso trabalho em qualquer profissão quando nós nos sentimos valorizados, respeitados".
"E se o Estado exige que o setor privado, que as empresas privadas - e bem -, cumpram o contrato que têm para com os seus trabalhadores, o Estado tem de ser o primeiro a dar o exemplo: o Estado tem cumprir o contrato que tem para com os seus próprios trabalhadores", referiu, voltando a defender a reposição integral do tempo de serviço dos professores em quatro anos.
Por outro lado, o líder do PS disse também que quer a atividade docente mais atrativa, de forma a garantir que os jovens olham para a carreira docente "como uma carreira de futuro".
"É por isso que nós queremos aumentar os índices remuneratórios nos escalões de entrada, para valorizar a carreira, para termos uma carreira mais atrativa, para que mais jovens queiram entregar a sua vida a ensinar as nossas crianças, os nossos filhos, os nossos netos", destacou.
Depois, Pedro Nuno sustentou que "o centro continuam a ser os alunos", frisando que o PS quer que os alunos que foram atingidos no seu percurso escolar durante a pandemia passem a ter "planos personalizados de recuperação das aprendizagens".
Entre as várias medidas que apresentou para o setor do ensino, o líder do PS destacou em particular a gratuitidade das creches para todas as crianças, assim como o pré-escolar "universal, gratuito e obrigatório", mas também assegurar uma redução progressiva das propinas até à sua extinção.
Neste discurso na cidade dos estudantes, Pedro Nuno Santos voltou a defender a sua ideia de o Estado apoiar setores estratégicos da economia, e deu o exemplo das especificidades de Coimbra.
"Não somos nós, nos nossos gabinetes, que vamos escolher, mas obviamente que nós conseguimos antever a biotecnologia que distingue esta região de muitas regiões no mundo, a nanotecnologia, os equipamentos industriais complexos, a saúde... Setores de ponta capazes de arrastar o resto da economia", exemplificou.
No início deste discurso, Pedro Nuno Santos dirigiu-se a Ana Abrunhosa, cabeça de lista do PS por Coimbra e atual ministra da Coesão Territorial, para salientar que foi uma das pessoas com quem mais gostou de trabalhar porque é "uma mulher que trabalha, que realiza, que concretiza, não desiste".
"Empurra, puxa, insiste. E é por isso que nós temos uma grande relação de trabalho, é público, toda a gente sabe, porque nós tínhamos o mesmo objetivo, que era fazer, concretizar, não parávamos, não desistíamos", sublinhou.
À entrada para o comício, Pedro Nuno Santos recusou comentar uma entrevista do líder do Chega, André Ventura, à RTP, em que declarou que as "forças vivas do PSD" querem um acordo com o Chega após as legislativas, pelo que a direita vai governar se tiver maioria mesmo que os socialistas vençam.
"Aquilo é uma confusão e é precisamente essa confusão que não quero para o país", reagiu o líder socialista.
[Notícia atualizada às 23h35]
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