O ponto de partida foi o jardim do Arco do Cego, em Lisboa, junto ao Instituto Superior Técnico, sítio onde a comitiva do Livre, composta por cerca de quarenta membros e apoiantes, se reuniu esta tarde para uma ação de campanha no âmbito das legislativas.
A comitiva fez um percurso a pé entre as freguesias das Avenidas Novas e Arroios, esta última onde o Livre teve os melhores resultados nas legislativas de 2022.
Logo no início do percurso, o deputado e candidato foi abordado por um homem que lhe disse: "Concordo com 99% daquilo que o senhor diz. Boa sorte", com Tavares a agradecer.
A comitiva tentou chegar o mais perto possível da embaixada da Federação Russa mas um agente da PSP indicou que as declarações de Rui Tavares aos jornalistas teriam que ser feitas um pouco mais à frente, ao lado do local onde está um memorial que recorda o opositor russo Alexei Navalny, que morreu no dia 16 de fevereiro numa prisão russa.
Foi aí que Rui Tavares pediu a libertação do opositor "mais corajoso à ditadura de Vladimir Putin e ao seu imperialismo que ameaça toda a Europa", o seu 'colega' historiador, Vladimir Kara-Murza.
"O Livre quer colocar esta luta no centro do debate político em Portugal. Ainda ontem a assembleia parlamentar do Conselho da Europa apelou a que todos os estados europeus envidassem esforços no sentido de salvar Kara-Murza", apontou.
O deputado anunciou a intenção de apresentar, na próxima sessão legislativa, "um projeto de resolução para que Portugal faça parte desse movimento de estados europeus, que pode passar, como sugeria o Conselho da Europa, por uma troca de prisioneiros de forma a garantir que Kara-Murza saia em segurança das masmorras de Putin".
Feitos os apelos à libertação do opositor russo, Tavares e a sua comitiva, que incluía a 'número dois' pela capital, Isabel Mendes Lopes, e a terceira na lista, Patrícia Robalo, seguiram caminho pelas imediações do Instituto Superior Técnico, onde se cruzaram com vários jovens que demonstraram apoio ao Livre.
Muitos pediram 'selfies' com Rui Tavares mas o encontro mais sentido foi com o jovem João, natural de Sendim, freguesia de Miranda do Douro, que interpelou o deputado, com algumas dificuldades na fala, para lhe dizer que a sua avó "nunca falou português" e agradecer-lhe pela importância que o partido dá à proteção do mirandês como "língua viva".
"O meu voto está garantido", disse João a Tavares, antes de lhe dar um forte abraço, trocar algumas palavras em mirandês com o deputado, e perguntar se podia juntar-se à comitiva.
Antes, também o jovem Guilherme Pinto, 18 anos, confessou estar a pensar votar no Livre, mas como é natural de Viseu, mostrou receio que o seu voto possa não contar para eleger um deputado pelo partido.
"Acho que o Rui Tavares tem ideias boas para o país e irmos no caminho certo, no futuro certo para os jovens. Espero que o futuro passe também por uma solução em que o Livre seja incluído", afirmou.
Vicente, que vai votar pela primeira vez no domingo, viu a comitiva "pela janela" do Técnico e desceu para tirar uma fotografia com o historiador, e Mariana Fernandes, acompanhada da cadela 'Mimi', já decidiu que vai votar no Livre e confessou que as intervenções do deputado único no parlamento lhe chamaram a atenção.
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