"Temos ouvido nas últimas horas um apelo à concentração de votos. E estamos de acordo com isso: é preciso, de facto, concentrar votos: pelos salários, pelas reformas, pelo Serviço Nacional de Saúde, pela habitação, para pôr a banca a pagar o aumento das taxas de juro, pelo ambiente, pela cultura, pelas respostas de cada um. É preciso, de facto, concentrar cada vez mais votos na CDU, que é a força que dá resposta a cada uma destas questões", afirmou.
Num discurso efetuado no Coliseu do Porto, com a presença de várias centenas de apoiantes e depois de uma breve arruada pelas ruas da cidade portuense, Paulo Raimundo denunciou "os truques de sempre" com vista a influenciar o voto da população, assentes, segundo o líder comunista, na "chantagem" e na "pressão" para "tentarem decidir pelo povo".
"Nestas horas finais da campanha eleitoral temos ouvido das bocas de outros, uns que pedem votos para que tudo ande para trás, outros que pedem votos para que tudo fique na mesma e, depois, há a CDU, que pede os votos e mais força e mais deputados para que a vida de cada um ande para a frente", acrescentou.
Paulo Raimundo voltou a puxar à CDU a influência decisiva na adoção de algumas medidas no período da 'geringonça' (2015-2019) - como a redução do valor do passe social ou o aumento extraordinário das pensões -, mas também o historial de combate à ditadura, para reiterar a utilidade de concentrar votos na Coligação Democrática Unitária (CDU, que junta PCP e PEV).
"Também na altura nos diziam que era impossível. Aquilo que era impossível foi possível com a nossa força e assim vai ser", observou, continuando: "É preciso concentrar os votos nas soluções, nas respostas, no protesto, mas também os únicos votos da maior garantia do nosso povo e dos democratas... não há nenhuma força com mais vontade de dar combate à direita. Quem quer combater a direita é na CDU que tem de votar".
Enaltecendo a "força, determinação, crescimento, muita confiança e muito entusiasmo" desta campanha da CDU, o líder comunista deixou ainda um apelo aos eleitores que permanecem indecisos a dois dias das eleições legislativas de domingo.
"Apelamos nestas horas que faltam também aos indecisos. Apelamos a cada um deles que pense por si, que reflita na sua vida, nas suas condições e no voto que mais lhe serve cada uma das dificuldades que está a atravessar", rematou.
Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar no domingo para eleger 230 deputados à Assembleia da República.
A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.
[Notícia atualizada às 22h07]
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