"Cumprimos todos os nossos objetivos. Elegemos três deputados, tivemos uma grande vitória na região e uma vitória expressiva, visto que o número de votos na nossa coligação [Madeira Primeiro -- PSD/CDS-PP] superou as nacionais de 2015, de 2019 e de 2022", afirmou Miguel Albuquerque.
O líder social-democrata madeirense falava num hotel, no Funchal, onde se reuniu a candidatura da coligação PSD/CDS-PP pelo círculo eleitoral da Madeira, que venceu as eleições na região autónoma com 35,38 % (52.992 votos), de acordo com os resultados totais provisórios divulgados pelo Ministério da Administração Interna.
A coligação Madeira Primeiro elegeu três deputados, todos do PSD, sendo que o partido mantém assim o mesmo número de representantes na Assembleia da República, ao passo que PS (19,84 % - 29.723 votos) perdeu um, elegendo dois deputados.
O Chega, que foi a terceira força política mais votada na região (17,56 % - 26.296 votos), elegeu um deputado.
"Esta vitória é, de facto, um reforço da confiança no PSD e na nossa coligação", afirmou Miguel Albuquerque, sublinhando que a subida do Chega na região autónoma não resultou de uma disputa na área política dos social-democratas e centristas.
"Não são votos que foram disputados connosco, isso é uma ilação que a oposição tem que tirar", reforçou, para depois acrescentar: "Não foi o nosso espaço político que foi ocupado. O nosso espaço político cresceu. Quem perdeu foram os partidos da oposição."
Albuquerque destacou, em particular, a derrota do PS, que perdeu cerca de 10 mil votos em relação às legislativas de 2022.
"É importante sublinhar que os madeirenses e os porto-santenses mais uma vez rejeitaram o socialismo", disse.
Miguel Albuquerque não estabeleceu relação entre a vitória da coligação Madeira Primeiro e a atual crise política na região autónoma, que decorre da sua demissão de presidente do Governo Regional, depois de ter sido constituído arguido no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago, o que levou à queda do seu executivo, de coligação PSD/CDS-PP, com o apoio parlamentar do PAN.
"Eu estou, como sempre estive, animado na liderança. Não sou pessoa de me deprimir e tenho a determinação e a capacidade de saber, com toda a humildade, aquilo que este partido em coligação e no Governo está a fazer, quer no último mandato, quer neste que foi interrompido", declarou.
Albuquerque recusou-se a falar das eleições internas no PSD regional, às quais se recandidata, e, por outro lado, considerou que "há várias hipóteses em equação" em relação ao Governo Regional de gestão, uma vez que o Presidente da República só indicará se dissolve a Assembleia Legislativa da Madeira depois 24 de março.
"Nós fazemos as coisas neste partido por etapas. Neste momento, o nosso objetivo era ganhar e ganhámos estas eleições. Agora, vamos entrar num novo ciclo e nesse novo ciclo vamos analisar todas as circunstâncias", explicou.
Em relação às eleições de hoje, Miguel Albuquerque destacou o "exemplo cívico dos madeirenses", considerando a grande afluência às urnas (58,85% - 149.783 votantes num total de 254.502 inscritos), o que classificou como "exemplo da democracia e do pluralismo" na região autónoma.
"Estes deputados eleitos pela nossa coligação são sempre, inequivocamente, os primeiros a pôr os interesses da Madeira e do seu povo acima dos interesses partidários, como é nossa tradição, e estaremos mais uma vez sempre na defesa da Madeira em todas as circunstâncias", disse.
Albuquerque afiançou que os três representantes social-democratas eleitos pelo círculo da região -- Pedro Coelho, Paula Margarido e Paulo Neves -- serão uma "voz forte e determinada" na defesa dos interesses da população do arquipélago na Assembleia da República.
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