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Esquerda deve "mostrar ao país que há uma alternativa credível"

Para a bloquista, os partidos à Esquerda devem "sentar-se e entender-se" de forma a "mostrar ao país que há uma alternativa e que essa alternativa é credível e possível".

Esquerda deve "mostrar ao país que há uma alternativa credível"
Notícias ao Minuto

19:20 - 13/03/24 por Notícias ao Minuto

Política Mariana Mortágua

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, defendeu, esta quarta-feira, a necessidade de "os partidos de Esquerda" se entenderem "sobre o que é o programa da Direita e impedir o avanço desse programa".

"O mais importante é que os partidos onde se integra a Esquerda, os partidos ecologistas, os partidos do campo democrático e da oposição se possam entender sobre o que é o programa da Direita e impedir o avanço desse programa", afirmou, em entrevista à CNN Portugal.

Mariana Mortágua lembrou que desde o início da sua campanha afirmou que "era necessário poder apresentar às pessoas um horizonte que fosse mobilizador do voto para uma maioria com a Esquerda para conseguir solucionar os problemas deixados pela maioria absoluta". No entanto, esse horizonte "alterou-se" porque "tudo indica que o PSD é o partido mais votado" das eleições legislativas e que "será chamado a formar governo".

Para a bloquista, os partidos à Esquerda devem "sentar-se e entender-se" de forma a "mostrar ao país que há uma alternativa e que essa alternativa é credível e possível".

Questionada sobre se se trataria de uma "alternativa governativa", Mariana Mortágua reiterou que o objetivo é "um entendimento na oposição e um entendimento para uma alternativa para, obviamente, governar Portugal".

"É preciso olhar para os milhões de pessoas que votaram à Esquerda - que não querem um governo de Direita, que não querem a extrema-direita com este poder - e dizer que há uma Esquerda que tem de se organizar, de se mobilizar, não só para resistir e fazer oposição a um governo de Direita, mas também para encontrar soluções", afirmou.

Lembrando que "houve uma viragem à Direita" nas últimas eleições, a líder dos bloquistas afirmou que "agora é responsabilidade dos partidos à Esquerda terem pontos de entendimento e mostrar ao país que estão a discutir não só a oposição, não só a resistência, mas também soluções e também alternativas", frisando ainda que o BE "está sempre disponível para soluções com a Esquerda".

Sobre a possibilidade de a Aliança Democrática se juntar ao partido Chega, Mariana Mortágua defendeu a necessidade de "sermos cautelosos e esperar pela contagem dos mandatos".

"A Direita não tem qualquer solução para o país. A Direita não tem qualquer solução de estabilidade para o país. Não se entende e não é capaz de oferecer uma solução para o país. O que os partidos à Esquerda têm de fazer é perceberem quais são os pontos de entendimento", reiterou, acrescentando que o programa da AD "é desastroso para o país".

Moção de rejeição? "Esperaremos para conhecer os textos e definir essas matérias"

Mariana Mortágua comentou ainda o anúncio do secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, sobre a apresentação de uma moção de rejeição ao programa da AD, referindo que "para já o que conhecemos é o programa eleitoral" da coligação e "esse é um programa" a que o Bloco de Esquerda se "opõe".

"Sempre dissemos e mantemos: Nunca contarão com o Bloco de Esquerda para viabilizar um governo de Direita, mas os mandatos não estão totalmente contados, o Presidente da República ainda não acabou de ouvir os partidos, não há uma Assembleia da República em plena posse das suas funções e não há um governo. Portanto, esperaremos para conhecer os textos e definir essas matérias", atirou.

"Não será pelo PCP que o projeto da Direita será implementado no país"

O secretário-geral do Partido Comunista Português acenou com eventuais "convergências" à Esquerda para fazer frente a eventuais propostas de Governo protagonizadas pela Direita. E admitiu apresentar uma moção de rejeição ao programa de Governo da AD.

José Miguel Pires com Lusa | 11:16 - 13/03/2024

Sublinhe-se que, na terça-feira, o Bloco de Esquerda pediu reuniões ao Partido Socialista, PCP, Livre e PAN para analisar os resultados das eleições que "mudaram a face política do país" e debater convergências "na oposição ao Governo da direita" e na construção de uma alternativa.

Através de um vídeo que foi divulgado nas redes sociais do partido, a líder do BE, Mariana Mortágua, considerou que "no atual contexto, devem ser mantidas abertas as portas do diálogo e procurar a máxima convergência na defesa do que é essencial".

[Notícia atualizada às 19h41]

Leia Também: IL reage a moção de rejeição do PCP: "Tentativa de prova de vida"

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