O líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), Fabian Figueiredo, apontou, esta quinta-feira, que a Aliança Democrática (AD) “não responderá aos problemas” do país, tendo reiterado, uma vez mais, que o seu partido “nunca apoiará um Governo” daquela coligação de Direita.
“A AD não responderá aos problemas que o país tem na Saúde, tanto que a AD quer promover o negócio privado na Saúde e não quer resolver os problemas de fundo do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Também não se propõe a resolver os problemas no mercado da habitação e não está disponível para enfrentar as alterações climáticas. Portanto, a estabilidade de que Luís Montenegro fala nada tem que ver com a estabilidade da vida das pessoas”, atirou o bloquista, em declarações à imprensa, na Assembleia da República.
Escusando-se a comentar a posição do partido tanto quanto a um eventual orçamento retificativo da AD, como quanto à moção de rejeição ao Governo anunciada pelo Partido Comunista Português (PCP), Fabian Figueiredo indicou, ao invés, que os bloquistas anunciarão a sua posição quando tiverem “esses documentos” na sua posse.
“O BE não apoiará nunca um governo da AD. Agora, perceberá que nos pronunciaremos sobre o programa do Governo e sobre a moção de rejeição quando tivermos esses documentos. […] Quando conhecermos esse eventual orçamento retificativo, anunciaremos a nossa posição. Não nos podemos pronunciar sobre documentos que não existem”, disse.
O responsável adiantou, além disso, ser “preciso de virar a página de guerra que o Partido Socialista (PS) instalou na escola pública, nos hospitais, nos tribunais, nas forças de segurança”, que compõem “um compromisso que deixámos na campanha eleitoral e que queremos concretizar nesta legislatura”.
Saliente-se que Luís Montenegro, antigo líder parlamentar do PSD nos tempos da troika, será o próximo primeiro-ministro de Portugal, depois de a AD ter vencido as eleições legislativas antecipadas do passado dia 10.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, indigitou na madrugada de hoje o social-democrata, que anunciou que apresentará ao chefe de Estado a composição do futuro Governo no dia 28 de março. Acertou, além disso, a tomada de posse para o dia 2 de abril.
O 19.º presidente do PSD assumirá a liderança do Governo nove anos depois de o partido ter deixado o poder, em 2015, sem ter tido experiência executiva, embora já tenha dito publicamente que recusou por três vezes ocupar cargos no Governo, particularmente com Santana Lopes e com Pedro Passos Coelho, por razões familiares.
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