O líder do Chega, André Ventura, reagiu, esta quinta-feira, à indigitação de Luís Montenegro como primeiro-ministro, decisão anunciada pelo Presidente durante esta madrugada, levantando já o pano sobre linhas vermelhas vindouras.
"Novo Governo liderado pelo PSD não poderá pedir ao Chega que, rejeitando o Chega completamente, venha a alinhar em termos das grandes linhas de política vertidas no Orçamento do Estado", referiu, em declarações aos jornalistas, em Lisboa.
André Ventura falou ainda sobre as hipóteses que a Aliança Democrática tem para ter um 'reforço' no Parlamento. "O PSD consegue fazer duas maiorias. Ou com o Chega ou com o PS. Se o PSD acha que o seu parceiro é o PS, nós respeitaremos. Seremos líderes da oposição. Se, como eu penso que acontecerá, Luís Montenegro perceber que do lado do PS não pode haver nenhuma parceria fiável, nenhum Governo fiável, só há um outro caminho, neste momento, no quadro parlamentar que temos - e esse caminho é o Chega", explicou.
Questionado pelos jornalistas, Ventura explicou ainda que ainda não falou com Luís Montenegro, que foi indigitado primeiro-ministro ao início da madrugada desta quinta-feira.
Ventura considerou ainda que do encontro de Luís Montenegro com António Costa resultou um sinal de continuidade, sinal esse "preocupante". "É sinal de que o PSD se preparar para iniciar um Governo na continuidade do que foi o Governo de António Costa" apontou, falando depois num cenário europeu.
Ventura apontou que relativamente à Europa, há questões que unem os agora três principais partidos, como não quererem sair da União Europeia ou não deixar de apoiar a Ucrânia, mas há outras questões que os dividem. "Nomeadamente, em termos de imigração ilegal, em termos dos sistema de representações dos países e, por exemplo, na agricultura", diferenciou.
Questionado sobre a possibilidade de o Chega ter uma bancada com 50 deputados e poder a não vir ser relevante na governabilidade, Ventura rejeitou qualquer tipo de derrota pessoal. "Frustração pessoal é quando o Benfica perde. Aqui, é só desilusão com Luís Montenegro. Se optar por um caminho de aproximação e conluio ao Partido Socialista para garantir um Governo a quatro anos é uma desilusão para mim", atirou.
[Notícia atualizada às 17h00]
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