"O novo Governo de Portugal hoje apresentado ao senhor Presidente da República conjuga experiência política com a capacidade de recrutamento da sociedade civil. É um governo que traz o combate político, mas também a capacidade técnica para governar e transformar o país, sempre com foco nas pessoas", considerou Hugo Soares.
O candidato a líder parlamentar da bancada social-democrata falava aos jornalistas na Assembleia da República momentos depois de ter sido conhecida a lista de ministros entregue hoje pelo presidente do PSD e primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e que tomará posse na terça-feira.
O dirigente fez questão de destacar alguns "nomes da sociedade civil", enumerando a nova ministra da Justiça, Rita Júdice, da Cultura, Dalila Rodrigues, da Administração Interna, Margarida Blasco, ou o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre.
Hugo Soares salientou também o "sinal político muito relevante" dado pelo primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, ao criar um Ministério da Juventude e da Modernização, que será liderado pela vice-presidente do PSD Margarida Balseiro Lopes.
"É um sinal muito importante das preocupações do primeiro-ministro com os jovens portugueses", defendeu.
Hugo Soares salientou igualmente que o elenco ministerial apresentado tem "muita experiência a nível europeu", com antigos eurodeputados como Paulo Rangel, que será ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Maria da Graça Carvalho no Ambiente e Energia, José Manuel Fernandes na Agricultura ou ainda Nuno Melo (CDS-PP) como ministro da Defesa Nacional.
O dirigente social-democrata foi também questionado sobre as críticas do líder do Chega, André Ventura, que considerou que o elenco ministerial apresentado é "eminentemente partidário".
"Como é evidente, o Governo tem gente do núcleo duro do primeiro-ministro, mas não era espectável que tivesse gente do núcleo duro de outra pessoa que não fosse do primeiro-ministro", respondeu Hugo Soares.
Interrogado sobre se houve dificuldades no recrutamento, o secretário-geral do PSD respondeu que este foi um Governo "constituído à moda antiga", no qual o primeiro-ministro "que é líder fechou sobre si mesmo a composição do Governo".
"A escolha do Governo é uma competência exclusiva do primeiro-ministro, tudo o que for especulações à volta de nomes que podem ou não ter aceite é mesmo uma efabulação", atirou.
Hugo Soares manifestou-se convicto de que a legislatura vai durar os quatro anos e defendeu que "as legislaturas devem ser cumpridas".
"Não será por parte nem do Governo, nem do Grupo Parlamentar [do PSD], que se criará instabilidade para que a legislatura não seja cumprida", assegurou.
Sobre se gostava de ter um lugar neste elenco governativo, Hugo Soares respondeu: "Não se pode fazer tudo ao mesmo tempo, eu sou candidato a líder parlamentar do PSD e serão as funções que vou exercer assim os meus colegas de bancada me confiem essa missão".
O Presidente da República aceitou hoje a lista de 17 ministros proposta pelo primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, para o XXIV Governo Constitucional.
A posse dos ministros está prevista para terça-feira e a dos secretários de Estado para sexta-feira.
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