O antigo candidato às presidenciais pela Iniciativa Liberal (IL) Tiago Mayan Gonçalves falou, esta segunda-feira, sobre o estado do partido, horas depois de apresentar um manifesto para o refundar.
"O estado atual do partido é um partido que objetivamente no seu desemprenho externo, de resultados, estagnou", considerou, em entrevista à RTP3, e referindo-se ao número de deputados eleitos nas últimas legislativas - na qual manteve o número de parlamentares. Sublinhando que o partido se propôs a cumprir eleitorais muito claros, tanto nas regionais dos Açores e da Madeira, como nas legislativas, lembrou: "O partido propunha crescer".
Mayan Gonçalves disse ainda que "não tinha dúvidas" de que todos na IL queriam que o país crescesse, mas que havia "visões diferentes". "Crescer em número de deputados, nas autarquias. E crescer para quê? Para ter a capacidade de tornar relevantes as propostas liberais e poder desenvolver políticas mais liberais do país. Porque acreditamos que são as melhores para o nosso país", referiu, explicando que para que isso aconteça é preciso utilizar uma diferente receita daquela que "trouxe uma estagnação".
"Temos de ter mais capacidade de envolvimento da sociedade civil, mais clareza e assertividade na nossa comunicação e centrá-la nas nossas ideias. Temos de ter mais capacidade de inclusão e de envolvimento dos próprios membros", defendeu.
Questionado sobre se isto se perdeu com a atual liderança de Rui Rocha, ou se já acontecia quando João Cotrim Figueiredo era presidente, Mayan Gonçalves considerou que havia "uma génese e origem para tudo isto".
"E tem a ver acima de tudo com problemas de governança e problemas de processos dentro do partido. O partido cresceu muito rapidamente, e isso foi um sinal de sucesso. Mas não cresceu nem desenvolveu o que é a sua governança e estrutura interna", referiu, defendendo que esta é depois uma situação que tem impacto em termos de capacidade de produção propostas, envolvimento nas bases das campanhas ou na capacidade de transmitir as ideias.
Confrontando sobre se achava que acima de tudo a IL estava fechada sobre si, Mayan defendeu que 'sim', referindo que sobretudo a comissão executiva. "Queremos apresentar uma visão distinta. Não é com a mesma abordagem de liderança que vamos sair desta estagnação, com sinais de perda preocupantes, como no distrito de Lisboa".
O liberal já tinha considerado que era precisa mais transparência, e explicou que em causa estavam os processos de decisão, que são "muito centralizados e opacas". "Para um membro de base, que é o que sou, é muito difícil perceber as razões para as decisões que são tomadas", confessou.
O manifesto em causa 'Unidos pelo liberalismo' contava, à sua apresentação com cerca de 200 subscritores, mas, à hora da entrevista, já contava mais de 300, de acordo com o que o liberal explicou.
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