"As palavras de Pedro Passos Coelho são as palavras de uma pessoa preocupada não com as famílias e com as identidades, mas sim com as sete famílias que mandavam no país antes do 25 de Abril, com as famílias que querem novamente tomar conta do país e dos seus destinos e com as famílias dos tais grupos económicos que têm os 25 milhões de euros de lucro por dia", disse Paulo Raimundo aos jornalistas, no final de uma reunião com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte, no Porto.
Para o dirigente comunista, as palavras do antigo primeiro-ministro inserem-se "num projeto que não corresponde às necessidades do país, num projeto claramente de direita e num projeto a roçar a reação".
"É esse o único enquadramento em que se pode fazer uma análise das palavras de Pedro Passos Coelho com todo o rasto que Pedro Passos Coelho e as suas ideias, que veio reafirmar, se traduziram na vida de todos nós e que foi interrompido em 2015", sustentou.
Paulo Raimundo garantiu que o PCP "cá estará com toda a determinação" para combater essas ideias.
Pedro Passos Coelho apelou na terça-feira a entendimentos para responder aos que expressaram desilusão nas últimas eleições, avisando que não se pode dizer aos eleitores que se tem "muito respeito pelas suas preocupações", mas não pela escolha que fizeram nas urnas.
"Isso é um bocadinho um insulto às pessoas, não podemos dizer 'estou muito preocupado com os seus anseios, mas se fizer esta escolha, daqui não leva nada, se fizer aquela escolha, comigo não fala'", afirmou, na apresentação do livro "Identidade e Família", em que marcaram presença os líderes do Chega, André Ventura, e do CDS-PP, Nuno Melo, também ministro da Defesa Nacional.
Sem explicitar os destinatários, mas numa aparente referência a PSD e Chega, o antigo primeiro-ministro disse que "quando há identidades firmadas" não há que ter medo de os espaços políticos "se diluírem ou confundirem entre si".
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