BE acusa Governo de apenas "levar a sério" medidas para patrões

A líder bloquista acusou o primeiro-ministro de tomar "Portugal por parvo" devido ao anúncio de um alívio fiscal de 1.500 milhões de euros que, afinal, não vão somar-se aos cerca de 1.300 milhões previstos pelo governo anterior.

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© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
13/04/2024 18:52 ‧ 13/04/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

Mariana Mortágua

A líder do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, reagiu, este sábado, à polémica sobre a questão do alívio fiscal e acusou o Governo de apenas "levar a sério" as medidas que foram propostas pelo Conselho Nacional das Confederações Patronais.

"Luís Montenegro fez de parvos os jornalistas, os deputados. O Governo toma Portugal por parvo", acusou Mariana Mortágua, numa intervenção num comício do BE, em Lisboa.

"Entre todas as promessas de Montenegro, as únicas que são para levar a sério são aquelas que a confederação dos patrões pôs no programa do Governo", acrescentou.

"São as únicas que interessam. São as únicas para cumprir. É aí que está a força do compromisso do PSD", disse ainda.

Intitulado "Abril é na Rua!", o comício do BE foi realizado a propósito das eleições europeias de 9 de junho, com a presença de cerca de duas centenas de pessoas.

Sem prestar declarações aos jornalistas, a coordenadora do BE abordou o programa do Governo [PSD/CDS-PP] na sua intervenção no final do comício, criticando a abordagem de modernidade, progresso e futuro como "três chavões", em que uma das medidas é "reduzir o IRC sobre os lucros, de 21 para 15%".

"Se baixarmos os impostos sobre os lucros, há mais investimento e a economia cresce", era, segundo Mariana Mortágua, uma das premissas do programa do Governo.

"Ao longo de toda, mas toda, a campanha, durante a tomada de posse, depois da discussão do programa do Governo, o primeiro-ministro e o PSD contrapuseram a esta medida da redução do IRC, de forma milionária para quem tem lucros milionários, uma suposta redução do IRS em 1.500 milhões de euros. Foram feitas capas de jornais com essa promessa. Foram feitas notícias televisivas com essa promessa e sabemos agora que essa promessa era falsa, que a suposta reforma do IRS não chega aos 200 milhões de euros", declarou.

Sublinhe-se que na base da polémica estão declarações do ministro das Finanças, que, em entrevista à RTP, na sexta-feira, clarificou que os 1.500 milhões de euros de alívio no IRS referidos pelo primeiro-ministro no debate do programa do Governo não vão somar-se aos cerca de 1.300 milhões de euros de redução do IRS inscritos no Orçamento do Estado para 2024 e já em vigor, explicando que a medida rondará os 200 milhões de euros.

[Notícia atualizada às 19h52]

Leia Também: Choque fiscal? "Trata-se de um Governo que ainda não saiu de campanha"

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