"Não vale a pena perder mais tempo com eleições internas", afirmou Miguel Albuquerque na abertura do 19.º congresso regional dos sociais-democratas, que decorre este fim de semana no Centro de Congressos da Madeira, no Funchal.
Miguel Albuquerque, que derrotou nas eleições internas, a 21 de março, pela segunda vez, o antigo secretário do Ambiente e Recursos Naturais Manuel António, obtendo 2.243 votos contra 1.856 da lista do seu adversário, num universo de 4.388 militantes em condições de votar.
O líder insular considerou ser importante "acabar com as divisões" e apostar na união do partido, indicando aos militantes apoiantes da candidatura derrotada que "não vale a pena ficarem com reservas mentais e ficarem ressabiados".
"Iniciamos hoje mais um ciclo na vida do partido que começa com uma situação de plena motivação", disse Albuquerque, acrescentando: "Sinto que tenho menos 20 anos. Estou cheio de energia e determinação".
O presidente reeleito do PSD/Madeira sustentou que a política "exige coragem física e psicológica", além de "capacidade de resistir, determinação e capacidade férrea".
"Volto a frisar que esta situação de ter situações difíceis pela frente é a minha praia", reforçou, considerando que o partido "tem que ser liderado por aqueles que sabem enfrentar" os problemas, apontando o caso "da aluvião do 20 de fevereiro de 2010 que provocou dezenas de mortos, centenas de desalojados e prejuízos materiais avaliados em mais de mil milhões de euros.
A reunião magna dos sociais-democratas madeirenses acontece num cenário de eleições legislativas regionais antecipadas, convocadas para 26 de maio, na sequência da crise política desencadeada por um processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago e no qual Miguel Albuquerque, que lidera também o Governo Regional desde 2015, foi constituído arguido.
O responsável insular defendeu que "não pode ser jogado pela borda fora a conquista" da autonomia do arquipélago.
Miguel Albuquerque sublinhou que o partido está determinado em vencer as eleições legislativas regionais antecipadas de 26 de maio, um sufrágio em que o partido vai concorrer sozinho, depois de romper com a coligação com o CDS-PP, porque não tem "medo da vontade do povo" e pretende continuar a "liderar o Governo da Região Autónoma".
"Porque somos o único partido apto o liderar para a Madeira ter desenvolvimento integral", opinou.
O líder madeirense também argumentou que "seria fatal" o PSD/Mdeira ir para eleições "diminuídos na sua capacidade negocial", observando que "as denominadas linhas vermelhas são um invenção prodigiosa da esquerda para condicionar cenários de governabilidade".
O também presidente demissionário do Governo da Madeira recordou que o partido foi eleito há sete meses (24 de setembro de 2023) e que, após as regionais de 26 de maio, o "programa [do executivo] a apresentar será o mesmo".
O crescimento económico, redução do desemprego, diminuição da divida pública, resolução dos problemas da habitação, dos lares e dos cuidados continuados, melhoria da saúde pública, da mobilidade, melhoria das prestações de apoio a cidadãos que mais vulneráveis e continuar a assegurar a transição digital foram aspetos que salientou da sua moção de estratégia global que foi aprovada por maioria, contando com 37 votos contra.
"Não temos razões nenhumas para estarmos preocupados e pessimistas", realçou, concluindo:"somos um partido que não se intimida com ações mediáticas da PJ (Polícia Judiciária)".
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