"Temos de ser claros e sérios naquilo que propomos. Não somos nós que dizemos que a construção de infraestruturas para fechar as fronteiras da UE são a solução para o problema das migrações. Mas há quem o diga. Há quem diga que a única diferença entre a AD e o PPE é que uns entendem que essas fronteiras devem ser construídas com dinheiro europeu e outros não", afirmou Marta Temido.
A ex-ministra da saúde falava em Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, onde se deslocou para a apresentação do Manifesto da Juventude Socialista para as Eleições Europeias.
"Todos querem lá por as fronteiras, todos querem lá por os muros, todos querem lá por as portas. Nós também não temos das migrações uma ideia irrealista. Nós temos é um compromisso prático, pragmático, com aquilo que é uma visão humanista das migrações" sintetizou.
Marta Temido entende que há lugar e necessidade de Portugal ser um país de acolhimento, mas defende que deve ser feito "com qualidade e com acesso a tudo aquilo que são os direitos que existem ao nível do nosso Estado social".
A socialista defendeu ainda que aquilo que o PS defende e diz "é muito claro para responder a outro problema, a habitação" e, para o fazer, "é preciso verbas, é preciso dinheiro".
"As casas não se constroem apenas com respostas proclamatórias e com a inscrição do direito à habitação na carta dos direitos fundamentais. Claro que isso é relevante. Não deixamos de achar curioso que a AD e o PPE há algum tempo atrás não tenha ido nesse sentido, quando esta discussão foi tida no Parlamento Europeu".
A cabeça de lista do PS entende que são precisas respostas concretas para o problema da habitação.
"Demos respostas concretas em termos de PPR [Plano de Recuperação e Resiliência], mas o PPR acaba em 2026. A pergunta que gostaria de deixar é: Qual é a solução concreta que a AD tem para a necessidade de construir mais casas, mais habitação publica", questiona.
Marta Temido sublinha que o único partido, a única força política que tem uma resposta concreta para este problema é o PS.
"A nossa família política é a única que tem uma resposta concreta para habitação acessível em termos europeus. Portanto, por um lado proclamações, do outro soluções", concluiu.
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