A cabeça de lista do Bloco de Esquerda às eleições Europeias, Catarina Martins, questionou, esta segunda-feira, se a União Europeia (UE) vai impor sanções a Israel e deixar de fornecer armas a Telavive, na sequência do pedido do procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) para que seja emitido um mandado de captura contra o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o líder do grupo islamita Hamas em Gaza, Yahya Sinwar.
"O procurador do TPI pede mandato de captura de líderes do Hamas e também do primeiro-ministro israelita. Diz o que o mundo sabe: Netanyahu é um criminoso", escreveu a também antiga coordenadora do BE na rede social X (antigo Twitter).
"Será desta que países europeus deixam de fornecer armas? UE impõe sanções a Israel? Portugal reconhece a Palestina?", questionou.
O procurador do TPI pede mandato de captura de líderes do Hamas e também do PM israelita. Diz o que o mundo sabe: Netanyahu é um criminoso. Será desta que países europeias deixam de fornecer armas? UE impõe sanções a Israel? Portugal reconhece a Palestina? #StopgenocideGaza
— Catarina Martins (@catarina_mart) May 20, 2024
De recordar que o procurador do TPI, Karim Khan, pediu hoje a emissão de mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o líder do grupo islamita Hamas em Gaza, Yahya Sinwar.
Netanyahu e Sinwar são suspeitos de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, segundo um comunicado divulgado por Khan em Haia, Países Baixos, sede do TPI.
Khan também pediu ao TPI que emita mandados de captura contra o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, o comandante das Brigadas Al-Qassam, Mohammed Al-Masri, e o chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh.
"Enquanto os assassinos e violadores do Hamas cometem crimes contra a humanidade, contra os nossos irmãos e irmãs, o procurador menciona no mesmo fôlego o primeiro-ministro e o ministro da Defesa de Israel ao lado dos vis monstros nazis do Hamas - uma vergonha histórica que será recordada para sempre", criticou Israel Katz.
O ministro diz ainda que pretende falar com os seus homólogos "dos principais países do mundo para os exortar a oporem-se à decisão do procurador e a declararem que, mesmo que sejam emitidos mandados, não tencionam aplicá-los contra os dirigentes israelitas".
"Nenhum poder no mundo nos impedirá de recuperar todos os nossos reféns e de derrubar o regime terrorista do Hamas", salientou.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 35 mil mortos, na maioria civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas.
A ofensiva israelita está a provocar uma grave crise humanitária em Gaza, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que já está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
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