A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, criticou, esta quarta-feira, as recentes palavras do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que disse que para Portugal "não é o momento adequado" para reconhecer o Estado da Palestina, falando ainda numa posição do país "como um todo".
Na rede social X (antiga Twitter), a também deputada bloquista respondeu ao chefe de Estado.
"Depois de Espanha, Irlanda e Noruega avançarem, Marcelo diz que 'não é a hora' de reconhecer o Estado da Palestina. E que essa é a posição de 'Portugal como um todo'. Fale por si, senhor Presidente. Em nosso nome, não", escreveu a líder do BE.
Recorde-se que, no dia dia em que três países europeus - Espanha, Irlanda e Noruega - anunciaram que vão reconhecer o Estado da Palestina, Marcelo Rebelo de Sousa destacou que "a posição portuguesa é uma posição muito clara", pois "Portugal defende desde há muito tempo, na linha das Nações Unidas, a existência de dois povos e dois Estados" e tem dado vários passos nesse sentido, mas destacou que entende, "como um todo", que este ainda "não é o momento adequado" para o reconhecimento da Palestina.
Depois de Espanha, Irlanda e Noruega avançarem, Marcelo diz que "não é a hora" de reconhecer o Estado da Palestina. E que essa é a posição de "Portugal como um todo". Fale por si, senhor Presidente. Em nosso nome, não. #stopgenocide https://t.co/ocF1mfTFn0
— mariana mortágua (@MRMortagua) May 22, 2024
"Perguntam-me: E o passo do reconhecimento como Estado? A posição de Portugal - que não é do Governo, ou Parlamento ou do Presidente, mas de Portugal como um todo - é a de entender que não é este o momento adequado para dar esse passo. Quando for adequado, será adequado", afirmou o Presidente.
A Espanha, a Irlanda e a Noruega anunciaram hoje que vão reconhecer o Estado da Palestina a 28 de maio, o que levou Israel a chamar os seus embaixadores nestes três países para consultas.
Os anúncios destes três países, aplaudidos pela Arábia Saudita, Jordânia e Egito, elevam para 146 o número de Estados-membros das Nações Unidas que reconhecem o Estado da Palestina.
Malta e a Eslovénia também afirmaram que poderiam dar este passo em breve, enquanto Israel criticou todas estas decisões e afirmou que terão um impacto negativo na região.
Por outro lado, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, da extrema-direita, reiterou que Israel não permitirá a declaração da Palestina como Estado.
Já fonte do ministério dos Negócios Estrangeiros disse à Lusa que Portugal mantém a vontade de reconhecer a Palestina como Estado, mas está a tentar obter o maior consenso possível entre os membros da União Europeia (UE).
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