"A abstenção é sempre um fator que preocupa e deve preocupar todas as pessoas, inclusivamente aqueles que exercem esse direito, porque também é um direito que as pessoas têm de não votar. Nós tudo fizemos para convencer as pessoas de que estão são eleições muito especiais e muito particulares, no sentido em que podem proporcionar mudanças significativas no espetro político regional", afirmou Nuno Morna, em declarações aos jornalistas.
O cabeça de lista e coordenador regional da IL falava na Escola da Vargem, no Caniço, concelho de Santa Cruz, depois de ter exercido o seu voto, às 10h45.
"Agora cada um dos madeirenses fará a sua análise, se nós, os partidos, conseguimos passar essa mensagem, eu penso que a abstenção irá baixar, se não conseguimos falhámos e, como tal, as pessoas vão ficar em casa, em números superiores, por exemplo, aos das últimas legislativas, onde houve uma redução significativa da abstenção", referiu.
Nuno Morna, que foi eleito deputado único nas regionais de setembro do ano passado, defendeu que a culpa da abstenção "é sempre dos partidos, queiram os partidos ou não".
"Somos nós, as pessoas que participam na política ativa que temos a obrigação de convencer as pessoas ou de mostrar às pessoas as virtualidades da atividade política", reforçou.
Nas eleições de hoje, 14 candidaturas disputam os 47 lugares do parlamento regional, num círculo único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
Nas legislativas regionais, o representante da República, cargo ocupado por Ireneu Barreto, convida uma força política a formar governo em função dos resultados (que têm de ser publicados), após a auscultação dos partidos com assento parlamentar na atual legislatura.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS-PP venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
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