JPP remete conversações com partidos para 2.ª-feira e agradece resultado

O cabeça de lista do Juntos pelo Povo (JPP) às eleições regionais da Madeira, Élvio Sousa, remeteu conversações e entendimentos com outros partidos para segunda-feira, afirmando que hoje é dia de agradecer o voto dos madeirenses.

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Lusa
26/05/2024 23:42 ‧ 26/05/2024 por Lusa

Política

Madeira

"Hoje não temos de atender chamadas de nenhum partido, porque a noite é a melhor conselheira", declarou Élvio Sousa.

Contudo, acrescentou, bem cedo estará já de pé.

"Às cinco da manhã, se tiverem oportunidade, ou às 06:00, podem ligar que eu já estou de pé, eu vou observar os astros esta noite", gracejou o secretário-geral do JPP, que nestas eleições conquistou nove mandatos, mais quatro do que nas regionais de setembro.

O secretário-geral do JPP e cabeça de lista às regionais falava numa unidade hoteleira do concelho de Santa Cruz, perante algumas dezenas de militantes e simpatizantes, depois de terem sido conhecidos os resultados oficiais provisórios das eleições legislativas da Madeira.

De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, os sociais-democratas obtiveram 36,13% dos votos (49.103 votos) e 19 lugares no parlamento regional, constituído por um total de 47 deputados.

Em segundo lugar, o PS conseguiu 11 eleitos (21,32 % dos votos, num total de 28.981).

O JPP foi a terceira força política mais votada, tendo obtido 22.958 votos (16,89%) e nove mandatos, seguindo-se o Chega, com quatro, o CDS-PP, com dois, e a IL e o PAN, com um deputado cada.

BE e CDU, que nas regionais anteriores elegeram um deputado, desta vez ficaram de fora do parlamento madeirense.

Terminada a contagem oficial dos votos, às 22:15, os militantes e simpatizantes festejaram com palmas, gritos de euforia e abraços, agitando bandeiras e entoando as siglas do partido.

Élvio Sousa foi questionado por diversas vezes sobre entendimentos, tendo apenas deixado a garantia de que "Miguel Albuquerque e o PSD estão fora da equação" e insistido que as conversas ficam para segunda-feira.

"Nós apenas vamos falar de assuntos de entendimentos amanhã [segunda-feira]. Hoje o nosso objetivo, a nossa mensagem, é agradecer o apoio, o empenho, o estoicismo dos madeirenses de confiarem numa força autonómica como a nossa, uma força federalista das regiões", reforçou.

O dirigente do JPP considerou que o partido é um "agente de estabilidade" e garantiu que a Madeira não ficará ingovernável por sua responsabilidade, sublinhando, no entanto, que ainda não viu "nenhum partido dizer que concordava com a agenda reformista" do Juntos pelo Povo.

"Nós afirmámos hoje o JPP como a terceira força política regional, um partido regionalista, um partido do povo, dos agricultores, dos jovens, da classe média, o partido verdadeiramente da Madeira e do Porto Santo", enalteceu.

Élvio Sousa referiu ainda que o JPP "foi dos partidos, se calhar o único", que durante a campanha eleitoral "levantou questões essenciais que muitos outros não falaram".

"Não falaram porque ainda estão presos a muitos monopólios que não os deixam respirar e connosco isso não vai acontecer", acrescentou.

No ano passado, nas anteriores regionais, o PSD e o CDS-PP, que concorreram coligados, elegeram 23 deputados, pelo que os sociais-democratas assinaram um acordo de incidência parlamentar com a deputada única do PAN.

Catorze candidaturas disputaram no domingo os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas de domingo ocorreram oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

[Notícia atualizada às 00h06 de segunda-feira, 27 de maio]

Leia Também: JPP defende que "responsabilidade" de cada um não deve ser delegada

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