Lisboa, 28 mai 2024 (Lusa) - O ex-ministro da Educação João Costa lançou um livro que pretende ser um "manifesto pela defesa da liberdade, da diversidade e dos direitos fundamentais", contra "movimentos conservadores que reemergiram em Portugal".
Intitulado "Manifesto pelas Identidades e Famílias - Portugal Plural", o livro de João Costa alerta, na contracapa, que os "movimentos conservadores reemergiram em Portugal para defenderem, explícita ou implicitamente, retrocessos civilizacionais em matérias como os direitos das mulheres e a constituição de famílias".
"Este livro é um manifesto de defesa da liberdade, da diversidade e dos direitos fundamentais, contra tais movimentos. Aqui se desvendam as falácias do suposto ataque à `família tradicional, sustentadas pelo medo da diferença, pelo mau uso dos valores do cristianismo e pelo regresso a um silenciamento que oprime os que mais lutaram pelos seus direitos", lê-se ainda.
O ex-secretário de Estado da Educação (entre 2015 e 2022) e ex-ministro da Educação (entre 2022 e 2024) propõe a "descoberta e valorização de todos os cidadãos através da educação e da arte, com vista à criação de uma cultura da defesa de todas as vidas", considerando tratar-se da "única via para construir um Portugal verdadeiramente plural e, por conseguinte, mais evoluído, maus rico e mais forte".
João Costa, que dedica o livro "aos que temem a liberdade e adversidade", refere no primeiro capítulo: "Não voltaremos atrás" e que "fazer a festa nos 50 anos do 25 de abril é celebrar a inquietude perante a exclusão", acrescentando: "É saber que vivo num país melhor, muito melhor, mas que ainda não é de todos e para todos".
Na sua perspetiva, a "identidade portuguesa é o arranjo, qual 'bouquet' de flores diversas, que compomos a partir das identidades de todos os que cá vivem", sublinhando querer que a "identidade portuguesa se transforme nas identidades de todos os que nos fazem comunidade".
No livro, o antigo governante critica os arautos da "família tradicional", observando que estes "não sabem nada sobre o amor" e ignoram a "naturalidade do sentimento".
"Acham que a orientação sexual é uma escolha consciente, apesar de nunca terem descoberto o momento da escolha da sua heterossexualidade", afirma.
"As definições, os rótulos que inventam servem apenas para aumentar o fosso entre aqueles que querem incluir e os que querem odiar, dizendo-lhes que não têm o direito de ser. Mas estão condenados ao fracasso, O amor triunfa sempre!", contrapõe o ex-ministro.
"A tirania do silenciamento", "o poder curativo da empatia" e "a escola neutra que não existe nem nunca existiu" são alguns dos restantes capítulos deste livro de 120 páginas e que foi editado pela Ideias de ler.
João Costa, nascido em 1972, é professor catedrático da Linguística na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, sendo autor e editor de algumas centenas de artigos e da vários livros da especialidade.
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