Caso gémeas: CDS quer ouvir ex-ministros Marta Temido e Manuel Pizarro

O CDS propôs hoje ouvir na comissão de inquérito ao caso das gémeas os ex-ministros da Saúde Marta Temido e Manuel Pizarro, além do ex-secretário de Estado António Lacerda Sales, dispensando a intervenção do Presidente da República.

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© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Lusa
28/05/2024 20:02 ‧ 28/05/2024 por Lusa

Política

Caso Gémeas

Os democratas-cristãos requerem audições a 16 personalidades, de acordo com o pedido à comissão parlamentar de inquérito, ao qual a agência Lusa teve acesso.

O partido pretende que sejam ouvidos a ex-secretária de Estado Adjunta e da Saúde Jamila Madeira, a secretária pessoal de Lacerda Sales, Carla Silva, a médica que acompanhou a gémeas, Teresa Moreno, o Inspetor-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), António Carlos Caeiro Carapeto e o presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo.

Ao contrário da maioria das forças políticas, o CDS, que está representado na comissão por João Almeida, não faz referência ao Presidente da República e ao seu filho, Nuno Rebelo de Sousa.

Os centristas ainda requerem audições à ex-ministra da Justiça Catarina Sarmento e Castro, à diretora de Pediatria do Hospital de Santa Maria à data dos factos, Ana Isabel Gouveia Lopes, a mãe das gemas, ao coordenador do Serviço de Neuropediatria do Hospital de Santa Maria, António Levy Gomes e ao ex-diretor Clínico do Hospital de Santa Maria Luís Pinheiro.

Ainda são chamados o antigo presidente do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), Daniel Ferro, a ex-secretária de Estado das Comunidades Berta Nunes e ex-presidente do CHULN e atual ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

O CDS solicita também, entre outros documentos, correspondência trocada entre o gabinete do ex-primeiro-ministro António Costa, o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado das Comunidades, o relatório de auditoria interna do CHULN, o relatório da IGAS, a correspondência entre os pais das gémeas e o Hospital de Santa Maria e o Hospital Dona Estefânia, bem como o pedido de autorização de administração do medicamento do Infarmed e respetivo processo de tramitação.

A comissão parlamentar de inquérito reúne-se na quarta-feira para, entre outros assuntos, nomear o deputado relator, apreciar e votar projeto de regulamento, apreciar e votar grelha de tempos e fixar metodologia de funcionamento.

Em causa está o tratamento, em 2020, de duas gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa, com o medicamento Zolgensma. Com um custo total de quatro milhões de euros (dois milhões de euros por pessoa), este fármaco tem como objetivo controlar a propagação da atrofia muscular espinal, uma doença neurodegenerativa.

O caso foi divulgado pela TVI, em novembro passado, e está ainda a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e a IGAS já concluiu que o acesso à consulta de neuropediatria destas crianças foi ilegal.

Também uma auditoria interna do Hospital Santa Maria concluiu que a marcação de uma primeira consulta hospitalar pela Secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras neste caso.

Leia Também: Caso gémeas. IL quer ouvir Presidente da República, filho e Marta Temido

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