Num discurso após uma arruada na Marinha Grande, no distrito de Leiria, João Oliveira defendeu que o combate pela igualdade de género "tem de começar pelo combate aos baixos salários que atingem as mulheres", mas também pelas discriminações de que "são alvo no trabalho e na vida".
O candidato da CDU defendeu que é necessário lutar por mais condições para as mulheres no local de trabalho, em particular "direitos de maternidade, respeito pela organização da vida familiar com a vida profissional, nomeadamente recusando a imposição do trabalho por turnos".
Para João Oliveira, o recurso ao trabalho por turnos criou "uma situação de verdadeira lei da silva", com "até empresas de batatas fritas a organizarem o seu trabalho em três turnos de oito horas para fritar batatas".
"Qual é a necessidade social de batatas fritas que possa justificar a desarticulação da vida familiar, profissional, dos trabalhadores sujeitos a trabalhar por turnos para fritar batatas? Não há nada que se justifique esta lei da selva", criticou.
O cabeça de lista da CDU defendeu que há hoje milhares de mulheres que "diariamente veem os seus direitos laborais postos em causa, as suas condições de igualdade negadas por aquilo que efetivamente acontece na organização do trabalho, no pagamento do salário, na desregulação do horário de trabalho".
"Essas lutas não são apenas lutas para travar no plano nacional. Também é preciso quem, no Parlamento Europeu, tenha uma voz firme em defesa dessa luta pela igualdade entre mulheres e homens, e em particular no plano das condições sociais e laborais que são negadas às mulheres", afirmou.
Depois de uma arruada em que entrou num café em que uma empregada se queixou dos baixos salários e do aumento do custo de vida, João Oliveira salientou que há hoje um "contraste flagrante entre a riqueza crescente que vai sendo acumulada nos bolsos de uma meia dúzia e miséria, as dificuldades crescentes que vão sentido todos aqueles que vivem do seu trabalho".
"É o contraste que denuncia que estas políticas não servem ao trabalhador e ao povo, e é preciso quem lute por uma política diferente", afirmou, criticando o "consenso neoliberal que, no Parlamento Europeu, às claras, junta PS, PSD, CDS e também o Chega e Iniciativa Liberal, que nisso não se distinguem".
É preciso quem se bata "não apenas pela valorização do aumento dos salários e reformas, mas também de medidas de controlo e fixação de preços, particularmente de bens essenciais", salientou, acrescentando que é preciso garantir que um eventual aumento de salários não acabe por "ser superado pelo aumento nos preços e fique tudo na mesma".
Depois, o cabeça de lista da CDU voltou a insistir na ideia de que as próximas eleições para o Parlamento Europeu são "uma luta por um Portugal mais democrático, mais desenvolvido e soberano", e prometeu combater os projetos das "forças reacionárias, antidemocráticas, incluindo a extrema-direita".
Num dia em que visitou o Museu Nacional Resistência e Liberdade, em Peniche, o cabeça de lista da CDU apelou a que os militantes se "armem com os exemplos de quem não se vergou quando era bem mais difícil lutar", numa alusão aos presos políticos do Estado Novo.
"Também hoje, como herdeiros desses lutadores, temos de dar o exemplo, juntando forças para travar os combates pela liberdade, pela igualdade e democracia, nas condições em que hoje essas lutas exigem a nossa intervenção e mobilização", disse.
No início da arruada na Marinha Grande, João Oliveira foi confrontado por uma senhora que lhe disse que, apesar de apoiar a CDU, acha que "as pessoas ainda não perceberam bem o tema da Ucrânia", com o candidato a responder que se tem esforçado por clarificar a posição do PCP sobre o assunto.
Leia Também: CDU acusa Governo de transformar SNS em agência para privados