PS e AD agitam "papão da extrema-direita" para serem falsa alternativa
O cabeça de lista da CDU às europeias acusou hoje PS e AD de estarem a "agitar o papão da extrema-direita" para se apresentarem como falsa alternativa e salientou que os liberais apoiaram o fascismo durante o Estado Novo.
© PCP/X
Política Europeias
Num discurso num comício na Estação do Oriente, em Lisboa, João Oliveira acusou PS, PSD, CDS, Iniciativa Liberal (IL) e Chega de serem "os partidos do consenso neoliberal, federalista e militarista" e de manterem o país "ajoelhado perante as grandes potências da União Europeia (UE)".
Depois, o candidato criticou diretamente a Aliança Democrática (AD), o PS e a IL, considerando que estão a "agitar o papão da extrema-direita e o perigo ascenso do fascismo procurando dizer ao povo que a alternativa está entre a extrema-direita e a continuação do caminho neoliberal, federalista e militarista da UE".
"Daqui lhes dizemos: essa não é a alternativa, porque a extrema-direita é a versão musculada, antidemocrática, agressiva do mesmo caminho neoliberal, federalista e militarista que tem apoiado essas forças políticas e a sua política", afirmou.
A seguir, o cabeça de lista da CDU concentrou as críticas na IL, depois de o cabeça de lista daquele partido, João Cotrim Figueiredo, ter hoje afirmado que o PCP e o Chega têm semelhanças.
Em resposta a estas declarações, João Oliveira disse que queira deixar "as coisas mais claras" aos liberais "que ultimamente têm enchido tanto o discurso a propósito das suas diferenças em relação à extrema-direita e que têm a pretensão de vir dar lições à CDU".
"Quando os comunistas e outros democratas lutavam, antes do 25 de Abril, pelo derrubamento do fascismo, pela liberdade e pela democracia, andavam os liberais na União Nacional a sustentar o fascismo, a servir os grupos económicos e os latifundiários que acumulavam fortuna à custa da exploração, da miséria, da pobreza e do analfabetismo", afirmou.
"A nós, não nos dão lições do combate à extrema-direita!", exclamou, provocando um longo aplauso da plateia, com algumas pessoas a levantarem-se de pé.
João Oliveira voltou a acusar PS, PSD, CDS, IL e Chega de estarem a procurar fazer da campanha eleitoral "um tempo de troca de piropos e de palavras arremetidas de um lado para o outro sem consequência nem tradução concreta no que interessa à vida do povo e do país, e sobretudo encenando falsas diferenças e divergências".
Para João Oliveira, esses partidos estão a procurar desviar as atenções da campanha devido às "pesadas responsabilidades" que têm na atual situação do país, "particularmente pelos compromissos que assumem com uma política da qual ninguém pode esperar solução"."
Perante o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, e várias personalidades comunistas, como o antigo líder do partido Jerónimo de Sousa, os seus dois eurodeputados, Sandra Pereira e João Pimenta Lopes, e deputados como Paula Santos ou António Filipe, o candidato elencou várias bandeiras da CDU para estas eleições europeias.
Entre as propostas, o cabeça de lista da CDU abordou em particular a necessidade de se "garantir que os direitos sexuais e reprodutivos não são matéria apenas de inscrição na lei", salientando que não se pode aceitar que ainda haja empresas que aconselham às trabalhadores para recorrerem ao aborto "para que a sua atividade económica não pare".
"Esta é uma das expressões mais desumanas das conceções retrógradas e reacionárias que estão por detrás de quem hoje faz de conta que os direitos das mulheres são capricho para enfeitar a lapela, de quem com elas enfeita o seu discurso. Não: os direitos das mulheres estão consagrados na lei e na Constituição porque resultam de anos e décadas de lutas das mulheres", disse.
Num comício que culminou uma arruada muito participada no Parque das Nações, com várias centenas de participantes, João Oliveira apelou à mobilização dos militantes da CDU para convencer eleitores na última semana de campanha.
"Temos razões de confiança num grande resultado eleitoral da CDU", afirmou.
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