"Eu penso que isso é mesmo uma questão menor. Parece-me que Pedro Nuno Santos [secretário-geral do PS] está a tentar arranjar aqui um motivo qualquer para retomar uma agenda que tem perdido e uma liderança que tem perdido nesta campanha eleitoral", afirmou Rui Rocha.
Durante um lanche com a comunidade ucraniana no parque da Paz em Almada, no distrito de Setúbal, onde esteve a acompanhar o candidato da IL às eleições europeias, João Cotrim de Figueiredo, Rui Rocha foi questionado sobre a polémica entre o PS e o Governo PSD relativamente à contratação de uma consultora privada para a elaboração do plano de emergência para a saúde anunciado na semana passada.
O líder liberal referiu que o que o preocupa é o plano de saúde em si e não propriamente se foi paga uma determinada importância a uma consultora para organizar informação.
Desvalorizando a questão, Rui Rocha frisou que o Governo PS recorreu várias vezes a entidades privadas para organizar informação e preparar dossiês e projetos.
"O plano é que me parece francamente insuficiente, eu acho que essa é a crítica que vale a pena fazer", disse.
Segundo Rui Rocha, o plano de saúde "não vai resolver as questões fundamentais do acesso à saúde dos portugueses porque pressupõe uma coisa que está errada que é só recorrer aos privados e ao setor social quando o Serviço Nacional de Saúde (SNS) falha".
Na sua opinião, isso poderia fazer algum sentido "num cenário em que o SNS funciona bem normalmente e falha por exceção", mas o SNS "não está a funcionar bem".
E acrescentou: "Dizer aos portugueses que só podem recorrer a outros prestadores privados ou sociais quando o SNS falha é condenar centenas de milhares de portugueses a um acesso limitado à saúde ou dizer-lhes que vão ter de estar em sofrimento até chegar à conclusão que o SNS falhou".
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu hoje que a questão colocada pelo secretário-geral do PS sobre a eventual utilização de uma consultora privada no plano estratégico para a saúde não tem "pés nem cabeça".
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, questionou no sábado o Governo sobre se alguma empresa privada na área da consultoria esteve envolvida na elaboração do plano de emergência para a saúde, como foi contratada e a que informação do SNS teve acesso.
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