Gémeas. CDU rejeita "aproveitamento político" e espera apuração de factos
O cabeça de lista da CDU às eleições europeias recusou hoje fazer "aproveitamento político" das buscas que estão a ser feitas pela PJ sobre o caso das gémeas, pedindo uma rápida apuração dos factos.
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Política Gémeas
Em declarações aos jornalistas antes de uma sessão da CDU na Maia, no distrito do Porto, João Oliveira disse ser "absolutamente essencial que a investigação criminal faça o seu trabalho e se conclua a investigação e o apuramento dos factos nos termos em que o regime democrático o impõe".
"Da nossa parte, sempre recusámos fazer política com casos judiciais e, também neste caso, não o faremos", afirmou.
O candidato disse que espera que a investigação faça o apuramento dos factos para que, no final, se possa saber "exatamente aquilo com que se está a lidar".
"Da nossa parte, aquilo que verdadeiramente temos como objetivo é garantir que haja em Portugal confiança no funcionamento da Justiça (...) e é preciso que não se faça aproveitamento político de casos judiciais, porque isso naturalmente não serve nem à justiça, nem à política", defendeu.
Também o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, disse aos jornalistas que o partido espera o rápido esclarecimento dos factos, recusando associar a investigação que está hoje a ser feita com o facto de se estar a três dias das eleições europeias.
"Não há boas nem más alturas para a justiça avançar. É a altura que é e é preciso que rapidamente se esclareça tudo o que for preciso esclarecer", disse.
Questionado se acha que o parlamento deveria ir mais longe na investigação deste caso, Paulo Raimundo considerou que o que a Assembleia da República tem de fazer "é garantir as condições legislativas, os meios humanos e técnicos que a justiça cumpra o seu papel".
"Esse é que é o papel do parlamento, não é fazer investigação. A investigação está bem atribuída à Polícia Judiciária. Não estou a ver agora que se transforme a Assembleia da República num órgão de investigação", salientou.
Já interrogado se acha que o Presidente da República deveria ser ouvido no parlamento, o líder comunista respondeu: "Não me parece que seja esse o caminho, sinceramente".
"Se nós queremos que a justiça avance, que desenvolva a sua investigação, dentro da normalidade e dentro dos prazo da justiça, acho que tudo o que seja criar burburinho para atrasar esse processo, não ajuda, desajuda", disse, salientando que o grande problema é que a maioria do povo português "não tem condições financeiras" para aceder à justiça.
"Isto é que é preciso resolver. Está aí uma boa deixa para o parlamento resolver, coisa que não tem feito e não é por falta de proposta nossa, mas por falta de vontade do PS e PSD, que têm barrado sempre essas opções", criticou.
Também João Oliveira defendeu que há maneiras de responder a esse problema no Parlamento Europeu, apelando a um "investimento verdadeiramente decisivo" para garantir o acesso dos cidadãos à Justiça, assim como à saúde, habitação ou educação.
Nestas declarações aos jornalistas, João Oliveira e Paulo Raimundo foram ainda questionados sobre o facto de o Banco Central Europeu (BCE) poder vir hoje a baixar as taxas de juro.
Na resposta, o cabeça de lista da CDU antecipou que essa redução não vai responder "ao que era preciso" e não apaga "a necessidade de ter uma soberania monetária para que seja o país a decidir as taxas de juro adequadas ao país".
"Com papas e bolos, a nós não nos enganam", disse João Oliveira, com Paulo Raimundo a associar esta descida das taxas de juro ao facto de se estar a três dias eleições.
"Não tenho nenhuma dúvida [de que é para influenciar as eleições] a favor daqueles que lá estão e estiveram cinco anos a defender cada uma das decisões da UE", criticou.
A Polícia Judiciária (PJ) está a efetuar buscas no Ministério da Saúde e no hospital de Santa Maria no âmbito da investigação ao caso das gémeas, adiantou hoje à Lusa fonte ligada ao processo.
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