"Precisamos de ter estabilidade política, mas também visão de futuro, seja naquela que tem que ser a reforma da floresta, mas também da valorização de profissionais como os bombeiros", afirmou Inês Sousa Real, que falava aos jornalistas no final da cerimónia das comemorações do 10 de Junho, em Pedrógão Grande, um dos concelhos mais afetados pelos grandes incêndios de junho de 2017.
A porta-voz do PAN socorreu-se do discurso do bombeiro Rui Rosinha, que contou aquilo que "foi a tragédia de Pedrógão Grande", para reivindicar a valorização daqueles profissionais.
"Hoje é impossível não pensar que a valorização das carreiras, como o PAN pediu e trabalhou, foi, aliás, adiado pela mão do PS na legislatura anterior. Nós poderíamos já ter o reconhecimento desta profissão como desgaste rápido e o direito à reforma antecipada dos bombeiros voluntários e profissionais. É um dos exemplos gritantes do que falta fazer o nosso país", sublinhou.
Inês Sousa Real defendeu também uma reforma efetiva da floresta, que proteja o património natural, pondo "em primeiro lugar a estabilidade e qualidade de vida das populações".
"Precisamos de fazer uma reforma na nossa floresta. Precisamos de transitar para um modelo de economia, mas também de produção florestal, da agricultura, mais justo e sustentável, porque a par da qualidade de vida das populações não nos podemos esquecer que sem um clima estável não vamos ter uma das causas mais justas da nossa humanidade, que é o combate à crise climática", salientou.
Nesse sentido, Inês Sousa Real apelou a uma maior capacidade de diálogo na Assembleia da República, recordando que o Governo liderado por Luís Montenegro "não tem maioria absoluta".
"Por isso mesmo, deve também ouvir não apenas a voz da sua força política, da sua bancada, mas da sociedade civil e dos partidos da oposição, como o PAN, que têm trabalhado de forma construtiva", realçou.
As comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas centram-se este ano em Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, concelhos fustigados pelos incêndios de junho de 2017, de que resultaram 66 mortos e 253 feridos. Estes fogos destruíram também cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.
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