O antigo secretário-geral do Partido Social Democrata (PSD) Miguel Relvas afirmou, na quarta-feira, que o Presidente da República "está numa posição muito enfraquecida" e que "não sabe ser impopular", depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter promulgado sete diplomas, entre os quais alguns contra a vontade do Governo.
Num espaço de comentário da CNN Portugal, Relvas reconheceu que Marcelo Rebelo de Sousa pode ter "agido por boa-fé" no caso que envolve as gémeas luso-brasileiras tratadas em Portugal, "mas as pequenas mentiras ao longo deste processo, numa questão que era fácil desde a primeira hora se tivesse havido explicação sobre as situações, havido clareza, a sensação que nós temos é que há sempre uma meia verdade uma meia mentira, na realidade uma meia omissão".
Miguel Relvas reconheceu que em Portugal a figura do Presidente da República esteve "esteve sempre acima de qualquer crise, de qualquer crítica". No entanto, lembrou que depois das polémicas, Marcelo está pela primeira vez "abaixo nas sondagens de popularidade do primeiro-ministro".
"O professor Marcelo Rebelo de Sousa tem uma característica muito especial: ele vive das e para as sondagens, ele vive da e para a popularidade. Ele não sabe ser impopular, nunca soube", afirmou.
Miguel Relvas garantiu ainda que Marcelo Rebelo de Sousa se afastou sempre que "era impopular". "Ele era líder do PSD e em menos de dois meses de eleições, sem que ainda hoje se saiba o porquê 20 anos depois, deixou de ser líder do PSD de um dia para o outro", recordou.
O social-democrata salientou ainda que as promulgações feitas por Marcelo foram feitas no dia em que o chefe da casa civil do Presidente da República foi prestar declarações à Comissão de Inquérito no Caso das Gémeas.
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