O primeiro-ministro, Luís Montenegro, que na quinta-feira terminou uma visita oficial de três dias a Angola, chegou a Lisboa pouco depois das 07:00 e entrou no Forte de São Julião da Barra para o Conselho de Ministros alargado pelas 10:07, onde foi recebido à entrada pelo ministro da Defesa, Nuno Melo.
Seguiu-se uma fotografia de família dos membros do XXIV Governo Constitucional, que é constituído por 17 ministros e 42 secretários de Estado.
Segundo fonte do executivo, entre o final da manhã e o início da tarde, haverá o tradicional `briefing´, que terá uma intervenção inicial de Luís Montenegro, seguindo-se o ministro da Defesa Nacional.
No passado dia 11 de julho, em Washington, durante a Cimeira da NATO, o primeiro-ministro afirmou que, em matéria de questões de Defesa Nacional, o Governo iria "colocar em marcha" o processo negocial com os militares com vista a uma valorização remuneratória.
"Dentro da componente de incremento da despesa na área da Defesa, está também previsto o investimento nos recursos humanos. Isso passa por várias decisões, desde a valorização das condições de apoio a ex-combatentes, até incentivos para tornar mais atrativa a carreira militar e, naturalmente, atualizações remuneratórias", declarou.
Na mesma ocasião, Luís Montenegro salientou que o Governo já tinha "assumido o compromisso de encetar esse trabalho" depois de alcançar um acordo com as forças de segurança.
O primeiro-ministro deixou ainda "uma palavra de grande reconhecimento à paciência" e à contenção dos militares.
"Muitas vezes não seria fácil enfrentar, do ponto de vista público, um processo que estava ali a correr ao lado e que, de forma indireta, também lhes dizia respeito. Mas eu anotei como um indício, que não é novidade para mim, de uma postura responsável, de uma postura ao nível daquilo que se espera de quem representa a autoridade do Estado", acrescentou.
Já na quinta-feira, em Torres Vedras, o ministro da Defesa adiantou que estavam a ser preparadas atualizações salariais para os militares, a quem pediu para esperarem "uns dias" por resultados.
"Muito em breve poderemos ter atualizações daquilo que são as componentes remuneratórias, e não só, que são relevantes para a dignificação das Forças Armadas e para a retribuição daquilo que é a própria essência da condição militar, para melhorarmos um pouco, para garantir o recrutamento de efetivos e, principalmente, a retenção de militares das fileiras", disse Nuno Melo.
O ministro da Defesa Nacional discursava durante as comemorações do aniversário do Instituto de Ação Social das Formas Armadas e do Centro de Apoio Social (CAS) das Forças Armadas de Runa.
Questionado pela agência Lusa no final da cerimónia, o governante não quis adiantar pormenores, pedindo que se "aguardasse uns dias".
"Às críticas respondo com trabalho e às especulações respondo com resultados porque as Forças Armadas há 20 anos que ouvem promessas e no final não veem os resultados e eu prefiro, 120 dias depois [de o Governo ter tomado posse], apresentar os resultados", justificou.
Nuno Melo "assegurou que a tutela fez em 115 dias o que não foi feito nos últimos oito anos e, em alguns casos, nos últimos 15 ou 20 anos".
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