Marisa Matias, deputada do Bloco de Esquerda (BE), defendeu, esta segunda-feira, que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, se deve pronunciar "com urgência" e apresentar uma solução para o problema das urgências do Serviço Nacional de Saúde (SNS) encerradas em época de verão, pedindo ainda que sejam esclarecidas "responsabilidades" no caso de uma mulher que sofreu um aborto espontâneo e a quem terá sido alegadamente recusado atendimento no Hospital das Caldas da Rainha.
"A situação das urgências encerradas no Verão conheceu hoje um episódio, a confirmar-se as notícias, de extrema gravidade. As responsabilidades devem ser esclarecidas. Uma grávida viu ser-lhe negada a assistência no Hospital das Caldas da Rainha após ter dado à luz um feto morto", defendeu a bloquista, numa publicação divulgada na rede social X (antigo Twitter).
"As grávidas de Leiria têm de fazer mais de 20km e ir dar à luz ao Porto… A implementação da rotatividade das urgências de obstetrícia, por parte do anterior Governo do PS e continuada pelo atual Governo, em detrimento da contratação de mais profissionais foi um erro", considerou.
Assim, Marisa Matias entende que o primeiro-ministro tem de apresentar uma solução, defendendo que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, foi "incapaz de o fazer".
"O PM [primeiro-ministro] tem a obrigação de apresentar uma solução para este problema já que a ministra da Saúde se revelou incapaz de o fazer. Ontem Luís Montenegro escudou-se a falar do problema publicamente. Exige-se que, à luz da gravidade dos acontecimentos, que o faça, com urgência", completou.
A situação das urgências encerradas no Verão conheceu hoje um episódio, a confirmar-se as notícias, de extrema gravidade. As responsabilidades devem ser esclarecidas.
— Marisa Matias (@mmatias_) August 5, 2024
Uma grávida viu ser-lhe negada a assistência no Hospital das Caldas da Rainha após ter dado a luz um feto morto.
Recorde-se que, só no fim de semana, mais de dez urgências de Ginecologia/Obstetrícia e de Pediatria estiveram encerradas em todo o país. Alguns hospitais enfrentam ainda constrangimentos, como é o caso do Hospital de Leiria, onde existem constrangimentos na Urgência Ginecológica/Obstétrica até 19 de agosto.
Esta segunda-feira, uma notícia avançada pela CNN Portugal e confirmada ao Notícias ao Minuto dava conta de que o Hospital das Caldas da Rainha havia recusado a admissão de uma mulher que tinha abortado em casa e que chegou àquela unidade hospitalar com o feto dentro de um saco - algo que o Conselho de Administração do hospital recusa.
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